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Trabalho infantil no Brasil

Concordo com Bolsonaro (quase não concordo com ele em nada), quando ele diz que é preferível um garoto trabalhando com o pai do que fumando crack. Na verdade sou da teoria que trabalho não mata ninguém. Pelo contrário. Acredito na máxima de que ´´Só o trabalho dignifica o homem´´.  E eu acrescentaria, e só o trabalho liberta a mulher. Mas esse é um tema para outro post...
O que pesa na fala do presidente é que existe uma diferença abissal, cruel e quase desumana entre um garoto de 10 anos que ao chegar da escola ajuda o pai em sua farmácia, ou um adolescente que trabalha com a família na roça, ou uma menina que nas horas vagas ajuda a mãe costureira, por exemplo,  para aquela menino ou menina que se mata numa carvoaria nos confins deste país, sem a menor assistência, sem segurança, sem escola, sem o olhar pesado da justiça, sem o cuidado amoroso da família,  sem o apoio do Estado. Para cada pai consciencioso como os três primeiros exemplos, existem mais de 1500 pais exploradores. E são esses pequenos explorados, esses meninos, meninas e adolescentes, que temos a obrigação de defender. Como cidadãos e como seres humanos. São esses desafortunados que não podendo se defender sozinhos, gritam por socorro. São para eles que o olhar do Estado e da justiça deveria se voltar. E o nosso presidente quando reforça esta fala, avaliza toda uma cadeia de crueldade monstruosa. Ainda que ele pense assim ( e tem todo o direito de faze-lo), não poderia falar. Desde o dia primeiro de janeiro ele não é mais só um homem. É o líder máximo da nação. Nação esse que tem quase  3 milhões de crianças trabalhando. Desse contingente quase 100 mil tem entre 5 e 9 anos. Sim. 5 e 9 anos. O trabalho infantil no Brasil é considerado um gravíssimo problema social. É impressionante o desconhecimento de tanta gente sobre esse tema. Sobretudo o desconhecimento do nosso presidente.





Mortinha da silva

Eu não sei quanto a vocês, mas eu estou exausta.
Não é aquele cansaço físico, de jeito nenhum, sou ligada no 220. Nem o cansaço das pessoas, nem do trabalho, nem de nada disso.
Estou exausta de ter que saber tudo, dar noticia de tudo, acompanhar os acontecimentos, saber o nome de todo mundo, conhecer todos os produtos, enfim, meu HD lotou. Não cabe mais nada.
Hoje, por exemplo, minha ajudante me perguntou se o Brasil tinha ganho o jogo ontem. Eu disse que não sabia. Ela me olhou com uma cara de espanto tão grande que dava medo! Não, não assisti ao jogo, não sei quanto foi o placar. Ponto. Tive coisa mais importante para fazer, oras!
Não sei o nome das novelas da Globo, logo eu que adorava novelas, não sei o nome das atrizes da moda, não sei quem o Neymar está pegando, não sei o nome da última dieta maluca, não sei qual será a sandália do próximo verão, não vi o Instagram da Ewbank, não sei com quem o José Loretto ficou no final da confusão, não vi as fotos do casamento de ciclana, nem as da viagem da fulana.
Sim. Sou uma completa desinformada.
Marcelo Rubens Paiva, que eu adoro, saiu de todas as redes sociais. Ficou só com o Twitter. Ele disse que prefere ser um pária social do que não ter mais tempo para os filhos, nem para escrever.
Não consigo ser tão radical, mas que fiquei com inveja dele, ah isso eu fiquei.
E querem saber o pior? A cobrança não é dos outros, é nossa mesmo. Somos nós que nos cobramos saber de tudo, ter opinião sobre tudo, termos que ter tudo. A culpa é nossa. No caso, a culpa da minha exaustão é toda minha. E, confesso, não estou movendo um alfinete para mudar isso.






Melinda Gates e as mulheres



´´Quando você ergue uma mulher, você ergue a humanidade. Essa é a mensagem do novo livro de Melinda Gates, “The moment of lift” (ainda sem tradução para português).
Para alguns pode parecer uma platitude de uma mulher bilionária, preocupada com a própria reputação. No ambiente polarizado em que vivemos sobram críticas aos que se expõem, aos que decidem falar.
Incisivos nos questionamentos, os críticos investem contra o perfil dos bem-intencionados, seja de um lado ou de outro. Há os que fazem leitura dos fatos à distância, de acordo, é claro, com suas próprias conveniências.
Mas são aqueles que estiveram em campo, que percorreram uma longa jornada, que precisam compartilhar, contar mais sobre o que viram, sobre o que viveram. Ou seja, aquilo que chamamos de mundo real.

A decisão de publicar um livro com histórias, emocionantes ou trágicas, de mulheres que conheceu pelo mundo é de certa forma um desabafo. O desabafo da maior filantropa do mundo, ao lado do marido, o fundador da Microsoft, Bill Gates.






Entre iniciativas pela redução da pobreza, pesquisas em saúde e inovação tecnológica, a Fundação Bill e Melinda Gates já investiu mais de US$ 50 bilhões em ações de filantropia, especialmente em países da Ásia e África. Mas por que um desabafo?
Diante de tanta informação disponível no mundo e a ansiedade geral em consumir o máximo disso, as pessoas temem a inutilidade delas mesmas. Imagina você ter conquistado tanto, chegado onde chegou Melinda Gates, e ao mesmo tempo ser confrontado diariamente com a desigualdade social.
Um mínimo de empatia social, do sentimento de compaixão humana tão urgente no nosso tempo, inevitavelmente levara a estudar, refletir e, mais que tudo, intervir.
Melinda nasceu em uma família de classe média norte-americana. Embora reconheça o privilégio do sobrenome e dos bilhões de dólares em sua conta corrente, não se curva aos que insistem apenas nas curiosidades sobre sua vida pessoal ou sobre sua luxuosa casa de milhões de dólares. Isso ficou claro em entrevista recente que concedeu ao NY Times.
Em seu livro, ela vai ao ponto: meninas e mulheres devem ser prioridade em 2019 e daqui em diante. Em conversas com líderes mundiais, Melinda reforça sempre a evidência de que o investimento em saúde, educação e tecnologia, focado em meninas e mulheres, é a chave para destravar o desenvolvimento, especialmente nos países mais pobres. Isso porque qualquer política pública voltada para mulheres está inexoravelmente dedicada também à próxima geração, ou seja, aos filhos e netos.








O livro de Melinda Gates me reconectou com o trabalho social que fizemos em Minas Gerais, claro, numa proporção bem menor. Senti a mesma ansiedade de dividir com mais pessoas os lugares e as personagens que encontrei neste período.
Projetos sociais me levaram muitas vezes ao Norte e ao extremo Noroeste do Estado. Onde conheci, por exemplo, Maria Madalena dos Santos, uma senhora de meia idade, num assentamento rural, no município de Formoso, a 890 Km de Belo Horizonte.
No semiárido mineiro, numa localidade onde as carências são agudas, Dona Madalena bem poderia ser uma dessas mulheres que Melinda Gates viu pelo mundo. E o cenário é o mesmo dos bolsões de pobreza na Ásia ou na África.
Nele, a cena marcante de uma mulher que, em pleno século XXI, percorre mais de quatro quilômetros, com uma lata d´água na cabeça, em busca do córrego mais próximo para suprir o consumo diário de sua família.
A resiliência dessa mulher, seus sonhos, suas esperanças, não são diferentes de outras mulheres do mundo. Quem encontra esse cenário, quem se depara com a profunda desigualdade no nosso país, quem presencia o abismo que separa mulheres pobres, miseráveis, daquelas de classe média, não consegue mais se afastar daquela questão mais intima, mais profunda: afinal, como posso ser útil?
No Brasil, um número cada vez maior de pessoas, organizadas em milhares de ONGs, se mobiliza com trabalho voluntário em projetos inovadores buscando dar resposta a esse dilema: ser útil e intervir objetivamente nessa realidade angustiante.
Mas, sem dúvida, os maiores avanços na redução da desigualdade social foram obtidos com a adoção de um conjunto de políticas públicas que deram efetivo protagonismo às mulheres, ao colocá-las no comando da renda familiar. O melhor exemplo é o programa Bolsa Família que, nas palavras da ONU, “foi fundamental para retirar o país do Mapa Mundial da Fome”.
Num país complexo e de desigualdade tão profunda quanto a nossa, que a duras penas está encontrando soluções para suas deficiências estruturais, é lamentável assistir ao esvaziamento de iniciativas já internacionalmente reconhecidas como eficientes na melhoria dos indicadores de desenvolvimento humano.
Para além da polarização e do debate sobre a causa feminista, a racionalidade impõe um contraponto aos delírios e discursos ideológicos: o Brasil e o mundo precisam se render à capacidade das mulheres de transformar o nosso futuro. É hora de erguer nossas meninas, nossas mulheres´´.

Carolina Oliveira Pimentel, ex presidente do Servas.

A verdadeira Digital Influencer

Jana! Minha blogueira favorita! Isso mesmo! Janaina, que mora nesta casa sem reboco, é a minha inspiração diária! Ela cuida do seu "palácio" com um capricho comovente. Sua alegria e simplicidade são contagiantes e sua humildade e gratidão são um exemplo de saber viver. Jana sabe das coisas e para ela menos é mais. Tudo na sua vida tem uma utilidade, "se não usa, pra que ter?".
"Se tem, meus amores, valorize!". E se "não tem, sonhe, batalhe e economize para um dia ter". Simples assim!
Semana passada ela realizou um sonho: ganhou de presente um "conjuntinho de banheiro", que incluia tapete e porta-papel higiênico. Quase morreu de tanta alegria!!!!!
O fogão estava enferrujado e ela queria economizar para comprar mantimentos, então não teve dúvida, adesivou o dito cujo de rosa! Outro dia ela fez um banquete! Frango ensopado, feijão cozido "com carinho", e saladinha de tomate!!!! Deu água na boca! Jana está sempre com um sorriso no rosto e uma vassoura na mão direita. E termina todos os seus posts com #vidasimples, meus amores! Sua filosofia de vida é "seja feliz na sua realidade!". Jana, a filósofa, deixa Goethe no chinelo!
Neste deserto digital de ostentação e felicidade artificial, Jana é um oásis! Sua casa sem reboco se transforma num palácio, sua comida simples vira um banquete, seu lençol esticadíssimo pacece ter 500 fios! Seu armário comprado no carnê, e que "tem quatro portas e é forradinho ", vira o closet dos sonhos! Rita Lobo ia amar suas dicas de culinária, rapidas, fáceis e baratas! E Helo Lelis adoraria seu capricho e suas dicas domésticas! Seu vestido "deuso" é de algodão e ela usa só para ir ao centro. Seu look do dia ela tira em frente a placa de ônibus.
Jana administra seu mundo com mão de ferro, coração terno e gratidão (sem a hashtag #gratidao, ufa!). Nem tudo dá certo, mas ela não reclama, corrige o erro e segue em frente! Seu sonho agora é revestir de cerâmica o único banheiro da casa.
Janaina, a minha verdadeira e poderosa digital influencer! O resto é ostentação barata.

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Raiva de mim mesma!

Não sei porque cargas d´água eu sigo no Instagram um perfil de dicas domésticas. Logo eu. Enfim..
O tal perfil ensina em pequenos vídeos rapidíssimos, vários truques criativos de como limpar madeira, dar brilho no fogão, cuidar da samambaia enquanto estiver viajando, mudar o formato do sutiã, enrolar meias, limpar o pelo do gato com durex, e por aí vai.
Fico olhando aquilo e me perguntando porque eu perco meu tempo vendo aqueles vídeos fascinantes, se nunca, jamais, em tempo algum, eu fiz ou farei qualquer das dicas dadas ali.
Sim, porque vamos combinar é tudo muito criativo, rápido e colorido, mas absolutamente pouco prático! Outro dia, a mocinha ensinava a fazer sabonete líquido. Você precisaria de 3 sabonetes em barra, parafina, e sei lá mais o quê. Batia tudo, levava ao fogo, ficava mexendo por vários minutos, depois batia no liquidificador, depois comprava uma embalagem com válvula pump e, finalmente, despejava o produto na embalagem! Aí eu pergunto para vocês, porque a mocinha não foi na Araújo (tem uma em cada esquina) e comprou um sabonete líquido Lux que custa R$3,99??????????? Muito mais rápido, prático, limpo e barato!!!!!
Logo depois deste vídeo, veio outro em que ela ensinava com uma habilidade ímpar, como transformar o sutiã que ficava com a alça aparecendo numa blusa cavada. Você tinha que pegar o sutiã, cortar a alça, enrolar de um jeito diferente, pegar linha, agulha, tesoura, ufa,  e costurar de maneira que a alça ficasse virada e por fim, ufa de novo, arrematar a costura.  Claro que no vídeo ficou lindo, mas vai fazer isso em casa... vai ficar um acabamento de quinta categoria!  Antes tivesse ido com a alça do sutiã aparecendo ... Sim, porque você vai perder o sutiã novo e o refeito vai ficar horroroso! Melhor usar outra blusa, cara pálida, ou ter dois modelos de sutiã!!!
 E ainda tem o que ensina a enrolar meias e cuecas! O negócio é tão cheio de truques que mais parece um curso de dobradura de papel japonês! E o tempo que você perde até enrolar tudo? Até lá a criatura já perdeu a paciência e  jogou no fundo da gaveta as tais meias e cuecas. E eu me pergunto se a tal mocinha simpática do video pensou no pobre do sujeito que vai der que desdobrar a cueca... até ele conseguir desfazer tudo já vai se atrasar para o trabalho ou perder a paciência e sair sem cueca mesmo. Não é a toa que homens detestam dicas domésticas...
  Tem também  um outro que ensinava a fazer um desinfetante caseiro..  ah,  nem te conto! Fiquei horas prestando atenção em como fazer o negócio e quando fui anotar, não achava mais onde estava o post! Melhor comprar o bom, velho e barato Pinho Sol, vamos combinar! Que também vende na Araújo, que tem em cada esquina!
Não, não estou fazendo propaganda da Araújo e muito menos implicando com a mocinha do Insta-tips! Estou é com raiva de mim mesma por perder minutos preciosos do meu tempo assistindo os tais videos!!!  E depois perder mais minutos criticando os ditos cujos e outros ainda, tendo que desabafar aqui!




Igrejas e igrejas

A Igreja Universal do Reino de Deus tenta de todas as maneiras conseguir isenção fiscal para importar equipamentos de TV .  São vários tipos de equipamentos de tecnologia, câmeras de estúdio, câmeras de captação, monitores, softwares e ilhas de edição. O valor do imposto a ser pago é de 5 milhões de reais, segundo a Folha.
O governo paulista alega que sendo dona de uma emissora de TV, a Igreja Universal não se enquadra na lei de isenção, afinal ela não está importando todos esses equipamentos para um culto. Já a Universal alega que vai usar tudo isso para: ´´alcançar o maior número de pessoas sofridas e propagar o Evangelho´´. Ah, sei. Assunto espinhoso esse, não?! Alias, essa lei de isenção para igrejas e ONGs precisa ser realmente ser discutida. Isenção fiscal para ´´propagar o Evangelho´´ é mais ou menos fazer caridade com o chapéu alheio, porque se eu não ligo a mínima para o Evangelho e quero escolas funcionando, ruas iluminadas e esgotos, não é correto que igrejas tenham isenção fiscal.
Porque empresas, industrias, comercio e o cidadão comum tem que pagar seus impostos e igrejas não pagam? Porque ´´propagar o Evangelho´´ é tão mais importante que infra-estrutura, segurança e saúde? Quando falo de igreja me refiro a uma construção de alvenaria, adornada de acordo com o poder aquisitivo de sua comunidade, os valores morais de seus sacerdotes e a vaidade de seus frequentadores. Incluem-se aí evangélicas, batistas, católicas. Afinal, vamos combinar que existem igrejas e igrejas. Existem padres e padres. Existem pastores e pastores. Se é que vocês me entendem...
Enfim, é um assunto delicado mas que precisa sim, ser discutido. Afinal são milhares e milhares e milhares de reais que o estado deixa de arrecadar com as tais isenções. Lembrando que o estado somos eu e você. Estado é o povo. Quando o estado dá isenção, somos eu e você que pagamos dobrado. E vocês? O que acham?

Relógio de pulso

Para quê, hoje em dia, as pessoas tem um relógio de pulso? No meu caso, por exemplo, ele é absolutamente dispensável, por três motivos. O primeiro é que vejo as horas no celular, o que é muito prático. O segundo é porque simplesmente não exergo as horas no mostrador do meu relógio de pulso! Sou míope e uso lente para enxergar de longe e tenho vista cansada também, então tenho que colocar óculos se quero enxergar de perto. Ou seja, se quero ver as horas, tenho que colocar óculos!  E por último, o meu relógio é de corda! Então se durmo sem ele, tenho que dar corda para que ele funcione no dia seguinte!!! Eu sei, eu sei... então porque você usa relógio, dona Kika? Porque já acostumei com ele no meu pulso, porque eu acho ele lindo e porque ele era da minha mãe! Enfim, eu uso e pronto! Mas rezo todos os dias para que ninguém me pergunte as horas! Pois hoje, lá estava eu na minha caminhada matinal quando um senhor me perguntou ... as horas! Tudo o que eu mais temia! Temo outras coisas também durante a caminhada, como tropeçar e cair, ou meu cachorro morder uma criança, mas a pior é me perguntarem as horas, simplesmente porque não vou saber responder! ´´Oi, senhor?´´, perguntei para ganhar tempo. ´´Que horas são por favor, minha filha?´´, ele insistiu apontando para o meu relógio. ´´Ah, as horas´´, disfarcei, enquanto ele continuava a olhar para o meu pulso e para mim.  ´´São oito e dez´´, respondi na cara de pau, olhando para o relógio. Claro que não eram 8 e dez!!! Nem eu sabia que horas eram! Meu relógio estava parado desde a noite anterior e sem óculos tudo o que vejo é uma sombra!!!! Pois eu lasquei um oito e dez no senhorzinho e saí  correndo! Minha cabeça já dava voltas! ´´Imagina se ele tem um compromisso e está atrasado, vai sair correndo e pode até infartar!  Ou se ele descobre que não são oito e dez e vem atrás de mim? Como vou explicar que inventei as horas????´´  Passei o resto da caminhada fugindo do senhorzinho... 
 .... e como a vida as vezes ensina, mas a gente não aprende, continuo com o relógio no pulso, as vezes parado, as vezes funcionando. Mas sem conseguir enxergar as horas. Pode?!?!

A tal felicidade

Laurie Santos é a professora mais popular da prestigiada Universidade de Yale.
Seu curso, Psicologia e Boa Vida, é o mais procurado nos três séculos de existência de Yale,  e tem mais de 1.200 alunos matriculados.
Sua aula, que mistura neuro-ciência e muita pesquisa,  parte do princípio de que a felicidade é como andar de bicicleta, tocar violino ou ser um jogador de futebol: qualquer pessoa pode fazer, precisa aprender, treinar e aperfeiçoar. E praticar. Diariamente. ´´A ciência nos mostrou que ser feliz exige esforço´´.
Para Laurie, existem sim, algumas tarefas que podemos fazer para alcançar a almejada felicidade.
A primeira delas é mudar os nossos hábitos, para que conquistemos uma vida mais saudável e satisfatória. A felicidade, para Laurie Santos, não tem nada a ver com dinheiro, amor, realização profissional, família, medalhas.  A felicidade é simples:  é você  estar satisfeito com você mesmo e com a própria vida.
Para seus alunos, Santos pede que eles façam 5 importante exercícios:
1 - Fazer uma lista de gratidão.
Todas as noites, os alunos devem escrever numa caderneta, as coisas pelos quais são gratos. Sejam pessoas, instituições, conquistas ou experiências.
´´Parece simples, mas percebemos que aqueles que fazem a lista com afinco tendem a ser mais felizes´´, diz a professora.
2 - Dormir melhor.
Pelo menos 8 horas durante a maior parte da semana. Segundo ela o sono diminui a depressão e aumenta a atitude positiva.
3 - Meditar.
Pelo menos 10 minutos por dia! A chamada Atenção Plena. Principio básico do Yoga, onde o passado já ficou para trás, o futuro não nos pertence. Temos apenas o Aqui e o Agora.
 Estudos comprovam que a meditação ajuda a combater a ansiedade, auxilia aquelas pessoas que tomam ansiolíticos a pararem com a medicação e nos dá mais controle sobre nossas emoções.
4 - Estar com quem você gosta.
Santos garante que estar ao lado de pessoas que você ama (e que te amam também), sejam amigos e família, muda sensivelmente o grau de satisfação pessoal, melhora a qualidade de vida e gera felicidade.
´´Muitas vezes relacionamos a riqueza com a quantidade de dinheiro. Mas isso não é verdade. A riqueza está muito mais ligada ao tempo que você tem disponível para dividir com quem te faz bem. Se você está sacrificando seu tempo para trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, um aviso: isso não irá te trazer felicidade´´.
5 - Menos redes sociais e mais conexões reais.
E agora, pasmem! As pesquisas da professora mostram que quem usa muito as redes sociais, como o Instagram, por exemplo, tendem a ser menos felizes do que as que usam menos. O grau e a profundidade desses relacionamentos virtuais não suprem nem de longe o relacionamento pessoal real, além de fazer com que percamos um tempo enorme.
´´É preciso desconectar para viver de verdade´´.





Ajudinha

A discussão sobre a legalidade do Auxilio Moradia aos juízes continua.
Nos Estados Unidos, por exemplo, não existe isso. É até difícil explicar para um americano o que é exatamente esta ajudinha. Os únicos benefícios a que os magistrados americanos tem direito são plano de saúde, previdência e seguro de vida. Mas mesmo assim, os magistrados tem que pagar por cada um deles.
Um juiz da Suprema Corte americana ganha 4, 5 vezes mais do que o salário de uma cidadão classe média. Já no Brasil, os magistrados recebem 15, 6 vezes a mais. Isso sem contar os pendurucalhos.
O mesmo acontece na Inglaterra.

Só para a gente ficar sabendo.




O que vocês acham????


Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher.
Então por trás de Sérgio Moro há...
Rosangela!!!!

A mulher do juiz mais amado do Brasil além do advogada bem sucedida é uma defensora feroz de causas sociais.

É dela, junto como senador Álvaro Dias, o projeto de lei PL 22/2017, que cria um fundo de reserva nas parcerias públicas e organizações da sociedade civil para situações emergenciais.
Na prática, o projeto protege entidades como as APAES que sofrem com os atrasos dos repasses.
APAE são entidades que  civis que tem como missão a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Rosangela é procuradora da FenApae, que é a Federação Nacional das Apaes.
O trabalho da mulher de Moro é tão importante, que ela foi convidada a discursar na ONU.



Enquanto isso ...


Enquanto Rosangela luta pelas APAES, o PSDB bancou com dinheiro público sua convenção nacional esta semana. Gastou a módica quantia de R$1,5 milhões.  Esta ´´verbinha´´ saiu do famigerado fundo partidário. Só o PSDB recebe nada menos que R$ 81 milhões por ano.
Ouviram bem?? O PSDB recebe R$ 81 milhões por ano de dinheiro público. E  lembrando que não existe dinheiro público, todo dinheiro gasto pelo estado é tirado da mesa de seus cidadãos, este dinheiro na verdade é meu, seu, nosso. E poderia ser usado para milhões de outras coisas mais, digamos, nobres. Vocês não acham??????????







O Universo Paralelo dos Sevidores Públicos


Já era esperada a reação dos sindicatos de servidores públicos federais à medida provisória editada pelo governo que adia o reajuste salarial do funcionalismo de 2018 para 2019 e eleva a contribuição previdenciária da categoria, de 11% para 14%, para quem ganha acima de R$ 5 mil. O anúncio de que haverá greves e protestos, além de ações judiciais contra a medida, condiz com o comportamento de quem não pretende abrir mão de nenhum de seus privilégios em relação aos trabalhadores do setor privado, nem mesmo diante da evidente asfixia do Orçamento federal.
Vivendo em uma espécie de universo paralelo, muitos servidores públicos parecem não entender que os recursos que bancam o funcionamento da máquina estatal não brotam da terra, por geração espontânea, e sim resultam de impostos e contribuições pagos pelos brasileiros, que, em contrapartida, são maltratados pela burocracia e pela precariedade do serviço que ajudam a financiar.
Como se o dinheiro destinado ao funcionalismo fosse farto ou mesmo infinito, avolumam-se reivindicações das mais variadas espécies, em geral divorciadas da realidade. Há exemplos que ultrapassam a barreira do patético, como o da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, que recentemente pleiteou o direito de receber acima do teto salarial do funcionalismo público, de R$ 33,7 mil, pois sua situação atual, “sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo”. Desembargadora aposentada, que aufere todo santo mês R$ 30.471,10, Luislinda Valois quer receber também o salário integral de ministra, de R$ 33,7 mil, e não os R$ 3,3 mil que ganha em razão do teto salarial.

A ministra e muitos de seus colegas de serviço público – particularmente no Judiciário, de onde ela é oriunda – não se mostram preocupados com a situação do País, como se não lhes dissesse respeito e como se uma parte considerável do buraco nas contas públicas não tivesse sido criada justamente pela imensa generosidade do Estado para com seus funcionários, ignorando os limites da lei. Se alguém ainda tem alguma dúvida sobre os estragos causados por essa conduta, basta observar a falência de vários Estados, particularmente o Rio de Janeiro, cujo governo se entregou durante anos à mais desbragada demagogia ao beneficiar seus funcionários com reajustes salariais irreais, que agora, é claro, não consegue honrar.

Tem-se, portanto, uma situação em que as exigências de servidores indiferentes ao estado das contas públicas encontram políticos e autoridades sem disposição para enfrentá-los. Ao contrário: em muitos casos, o que se tem é o casamento perfeito entre um funcionalismo muito bem articulado em torno de seus interesses privados e dirigentes interessados em ter o apoio desses servidores para controlar a máquina pública. É a união da fome com a vontade de comer, ao arrepio da Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Não tem como, não cabe na conta do Orçamento”, disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a respeito dos reajustes agora suspensos e da necessidade de cobrar uma alíquota previdenciária mais alta dos funcionários federais. Para o ministro, “as categorias deveriam levar em consideração esses fatores, a situação do País, a quantidade de desempregados”.
Mas é evidente que isso seria pedir demais. Embora “a média de salário dessa turma seja de R$ 13 mil por mês”, como afirmou Dyogo Oliveira – que lembrou ainda que a União concedeu reajuste de 6% em média para esses funcionários neste ano, contra uma inflação de 2,5% no período –, os sindicalistas prometem “partir para cima”, como anunciou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado, Rudinei Marques.
O grande trunfo dos sindicalistas é, como sempre, a indisposição de parte da base aliada no Congresso de trabalhar em favor dos interesses gerais do País, o que a obrigaria a encarar o barulhento lobby dos servidores. “O momento não aconselha decidir sobre matérias desse nível”, avisou o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). Se o momento não é este, qual seria?
Editorial de hoje do Estadão. Não dá para não ler um bom jornal.

Flechadas em Kika

Vou colocar as armaduras de São Jorge, porque vou levar flechada com este post:
Funcionários públicos!
Vocês sabiam que a média de salário para os aposentados no setor  executivo do setor público é de R$9.000,00, enquanto a do setor privado é de R$1.200,00?
Vocês sabiam que o setor público gasta R$ 115 bilhões com 1 milhão de aposentados enquanto o setor privado gasta R$ 500 bilhões com 33 milhões de aposentados?
Resumindo: o sistema de aposentadoria do setor público deste país é a maior transferência de renda que existe: de pobre para rico! Do setor produtivo para o setor improdutivo! Nós, trabalhadores da classe média pagamos quase a integralidade do salário dos funcionários públicos que estão em casa!
Não somos o país das oportunidades. Somos o país do funcionalismo público!
E com raras exceções, um funcionalismo ineficiente, ultrapassado, pouco produtivo e mal pago. E isso em todas as suas esferas.
Os funcionários públicos tem seus salários garantidos e sua aposentadoria salvaguardada chova ou faça sol, e como isso é certo como a morte, os funcionários se tornam ineficientes, acomodados e resignados, o que leva o Brasil a ter uma serviço público da pior qualidade, com algumas exceções, é verdade. Antes que comecem a me crucificar, lembrem-se de que falei: há, sim, exceções! E que sim, os funcionários são mal pagos e muitas vezes desvalorizados,  haja visto os médicos e professores.

O problema da aposentadoria no Brasil não é a aposentadoria em si. É o excesso de domínios do Estado, que mantem milhões de funcionários desnecessários, que nem sempre prestam um serviço de qualidade e recebem mesmo sem o faze-lo, de trabalhadores que não recebem de volta um serviço à altura. Em contra-partida, há setores do Estado onde faltam profissionais treinados, preparados e bem pagos para atender uma população que precisa do serviço público.


Lembrando sempre da máxima de que ´´não existe dinheiro público, todo dinheiro gasto pelo Estado é tirado da mesa de seus cidadãos´´, há alguma coisa muito errada neste país. Se os gráficos mostram que os aposentados do setor público aposentam-se cedo e recebem muito, quem está pagando? O Estado? Não, Cara Pálida! O Estado Não tem dinheiro! Quem paga é você, que trabalha como um mouro e nem sabe se vai poder se aposentar um dia!
Claro que há também o outro lado da moeda. Enquanto esferas do setor público recebem nababescamente e oferecem um trabalho pouco necessário, há também aqueles funcionários essenciais, como médicos, professores e policiais, que são mal pagos e desvalorizados. Que trabalham em ambientes decadentes e arruinados, que não tem suporte ou apoio e que dão o melhor de si em suas funções e que na hora que forem finalmente se aposentar, não sabem se receberão seus rendimentos.
 Há um erro nesta balança. E um erro grave que precisa ser corrigido o quanto antes, sob pena de continuarmos a ser um país injusto com os que trabalham duro e condescendente com os que produzem pouco.
Pronto, falei. Podem me atirar flechas!

Millicent Rogers


Quando Mary Millicent Rogers nasceu, seu avô paterno já era um dos homens mais ricos do planeta.
Sócio de John Rockefeller na Stand Oil, Henry Rogers tinha verdadeira adoração pela neta.
Linda e inteligente, Millicent cresceu cercada de todos os luxos e glamour de uma herdeira americana. Casou-se a primeira vez e se divorciou antes mesmo do nascimento do primeiro filho, enquanto rodava o mundo aprendendo sobre arte, moda e línguas.










Seu segundo marido, Paul Peralta-Ramos apresentou à bela socialite o mundo das artes, mais especificamente a arte nativa americana. Millicent ficou  completamente apaixonada.
Com muito dinheiro, conhecimento e curiosidade, Millicent passou a colecionar obras de arte, jóias e esculturas de arte indígena. Rodava a América atrás de peças importantes, comprava sem pechinchar, estudava e patrocinava livros e exposições de uma arte até então pouco valorizada.
Millicent era uma referência do high-society, com seu porte de rainha, cultura, beleza  e mais dinheiro que Creso. E foi por causa dela que a elite americana passou a olhar a arte indígena, considerada por muitos uma arte quase vulgar,  com outros olhos.



Quando todas as mulheres usavam colares de pérolas, Millicent deixou-se fotografar para a Vanity Fair usando vários braceletes de prata e turquesa antigos. Foi um assombro!!!! 
Muito do que a arte nativa se tornou hoje, se deve a Millicent. Ela foi sem dúvida, uma de suas maiores incentivadoras.
























Na fim da década de 40, Millicent comprou milhares de hectares de terras em Taos, Novo México, e construiu sua icônica casa que ela chamou de Turtle Walk. Além de mudar-se para lá, Millicent passou a conviver com a população local, construiu escolas e levou progresso e dinheiro para a região. Descobria relíquias indígenas e começou a desenhar jóias e roupas inspiradas nas tradições do Novo México. Suas peças eram um sucesso e foram vendidas por verdadeiras fortunas nas lojas badaladas de NY.

Inquieta e à frente de seu tempo, Millicent foi uma das mais importantes defensoras dos direitos civis e indígenas americanos. Existe uma importante lei  chamada Millicent Rogers Law que defende os direitos dos índios e imigrantes americanos. (Ouviu, Mr Donald Trump?)


















Millicent, que sempre teve uma saúde frágil, morreu jovem, aos 51 anos, mas deixou um legado importantíssimo. Seu filho, Paul Peralta-Ramos, transformou sua monumental coleção em um Museu, considerado hoje uma referência em arte nativa. 
Seu estilo cheio de personalidade inspirou designers e artistas. Dior dedicou uma coleção inteira à ela, a Vogue fez  um editorial inspirado em seu estilo e várias joalherias usam seu nome ao se referirem às  jóias de prata e turquesa, os chamodos  Rogers Bracelet.

Mas, do que Millicent mais se orgulhava era de seu engajamento na luta política. Ela dedicou tempo e dinheiro para transformar a vida da comunidade indígena de Taos e deixou expressa sua vontade de que sua coleção fosse  admirada e toda renda revertida para a região.

Millicent Rogers é Musa do Blog com louvor!


































Como acabar com um mito


Dizem que só evoluímos quando nossos mitos tombam.
Não evoluí nem um milimétro, mas um de meus muitos mitos, desabou por terra.
Pra quê, meu Deus, eu fui inventar de ler o livro Sissi, a Imperatriz Solitária?????????
Depois deste livro nunca  mais vou poder assistir a um de meus filmes clássicos, Sissi!
Sim, porque a Sissi do filme não é nem uma sombra do que realmente foi a Sissi original.










O livro, ótimo por sinal, da americana Allison Pataki, conta a vida de Sissi, a imperatriz mais bela que o mundo já viu, a partir de seus 34 anos, até a sua morte aos 60 anos. 
E o que se vê nas páginas do livro é uma mulher de uma beleza arrebatadora, que hipnotiza reis, rainhas e plebeus. Sissi também era alegre (quando lhe convinha), esperta,  inteligente e cheia de vigor físico. Adorava a natureza, a vida no campo, cavalos e ... homens. Era curiosa, calorosa e divertida (também quando lhe convinha).
Mas também era  uma mulher extremamente egoísta, egocêntrica, vaidosa e hedonista. Incapaz de cuidar de seus filhos e de lutar por eles.
Uma mulher que achava que a vida era apenas o prazer, que odiava o trabalho (sim, nobres trabalhavam!), as regras e as normas. Sissi era aquele tipo de pessoa que acha que a vida lhe devia tudo! Deslumbrante, poderosa e sedutora, Sissi tinha a seus pés os homens mais poderosos do mundo. Mas dentro de sua própria casa, Sissi era detestada e invejada. 
Mantinha uma completa distância da criação dos filhos pequenos, ignorava solenemente os ministros e oficiais que trabalhavam para o governo, tratava com frieza o marido e odiava a sogra. Dentro de seus luxuosos aposentos em Viena, Sissi só pensava em sua próxima viagem, suas cavalgadas, sua beleza e seus amantes.

Sissi era incapaz de entender que na vida existem problemas e sofrimento. Quando um dos dois aparecia em seu caminho, ela simplesmente os ignorava e viaja. Grécia, Inglaterra, Suiça, Irlanda, Egito. Com sua comitiva milionária, com todos os luxos e com todos aos seus pés, Sissi simplesmente fazia o que lhe dava na telha, sem se importar um minuto se quer com seus filhos, amantes, amigos, seu cargo como imperatriz ou seu marido. Obcecada com a forma física e com a beleza, Sissi gastava metade de seu dia em frente ao espelho. Tinha pavor da feiura e da velhice.
Inquieta e mimada, Sissi nunca estava satisfeita. Em 1887, quando  acabou de gastar milhões construindo um palácio em Corfu, decidiu que não o queria mais! ´´Cansei´´! Simples assim. 

Sissi também achava que a coroa era um direito ´´divino´´, portanto não precisa fazer nada para mantê-la. Ela odiava os compromissos oficiais, odiava a vida na corte e odiava qualquer tipo de regras. Ora, ela era a imperatriz do reino mais rico da Europa! Para que se dedicar a alguém ou alguma coisa?

Mas como sempre fez o que quis, a vida mandou a fatura. E foi alta. Sissi, a mulher mais bela do mundo, perdeu o filho (que ela nunca cuidou) de forma trágica , perdeu a admiração do seu povo e o carinho de suas filhas. Acabou a vida sozinha, longe de seu país,  lutando contra a velhice que teimava em chegar. Morreu só, num dia cinzento, assassinada por um louco.

Sissi não foi uma imperatriz solitária. Longe disso. Sissi foi uma mulher deslumbrante que achou que só isso seria o suficiente.

Ok, detonei um pouco a pobre Sissi, mas leiam o livro e me falem se tenho ou não razão!

Agora, se alguém escrever outro livro contando a verdade sobre Cinderela, Lady Di ou  Branca de Neve vou me recusar a ler! Deixem minhas princesas em paz!!!











A mulher grifada e o senhorzinho gentil

Ah, o ser humano!!!!
Hoje pela manhã, fui comprar flores num florista maravilhoso. O lugar é enorme e como é véspera de natal, a loja estava lotada. Os funcionários, sempre gentis, se viravam para atender a todos com presteza. Todo mundo querendo ser atendido, saber preço, pedindo suas compras. Tudo muito compreensível nesta época do ano. O dono da floricultura, um amor, estava à postos, trabalhando sem sossego e atendo todo mundo com o maior profissionalismo.
Pois não é que chega uma moça, muito bem vestida, grifada dos pés à cabeça, com uma it bag último modelo e quer, porque quer, ser atendida a tempo e a hora, imediatamente, sem interrupções? E não é que a ´´elegante´´ mulher,  é mal educada e destrata não só o atendente, mas também a pessoa que esperava pacientemente para ser atendida? Aliás, as palavras ´´por favor´´, ´´obrigada´´ e ´´com licença´´, definitivamente não fazem parte de seu vocabulário! Ah, e na saída, ainda falou 1 ou 2 palavrões com uma outra mulher que tentava com esforço manobrar o carro!!!
Saí da floricultura e fui almoçar com minhas amadas lalás no Pátio Savassi. Chegando lá, nosso restaurante favorito, o Ah Bom!, estava lotado e não tinha mesa para 4 pessoas. Esperamos do lado de fora até que vagasse uma mesa. Como vimos que não sentaríamos tão cedo, pegamos uma mesa de três lugares e ficamos apertadinhas. Pois não é que um senhor que estava na mesa ao lado, vendo a cena, nos cedeu sua mesa???? Na maior gentileza do mundo, o senhorzinho mudou de lugar, foi se sentar lá na ponta do restaurante e nos deu a sua mesa! ´´Imagina, ´´meninas´´, não me custa nada´´.
Ai, ai ...
A senhora mal educada e o senhorzinho gentil. Talvez uma ou duas gerações os separe em idade. Mas em educação ... eles estão separados pela eternidade!!!!




Bob


Bob Dylan levou para casa o mais cobiçado prêmio literário do mundo, o Nobel.
Nem todo mundo ficou satisfeito.

No meu Clube do Livro, por exemplo, há as que gostaram e as que detestaram. Eu sou da turma que adorou!!!!

Primeiro, porque honestamente concordo que Dylan é um grande poeta. As letras de suas canções influenciaram várias gerações, acabaram com uma guerra, mudaram o destino da humanidade.
As letras das músicas de Dylan mostram que palavras tem um poder transformador. E afinal  não é esse o objetivo da literatura? Mudar, transformar, emocionar? 
Bob Dylan é mais poeta do que músico. Aliás, como músico ele é sofrível, com sua voz fanhosa e gestos comedidos. Mas a preciosidade do que ele fala é tamanha, que ninguém olha para o cantor, apenas para o que ele tem a dizer. E como ele tem coisas a dizer...
Ensinei para os meus filhos muita coisa sobre a contra-cultura mostrando as letras de Dylan. E contava para eles como ´´Gone With Wind´´, uma simples canção, teve a força de acabar com uma guerra que levava milhões de jovens para os campos de batalha. Em sua fase mais perto de Deus, Dylan escreveu suas mais belas canções, poesias puras, que falam sobre o homem, seus sentimentos, suas misérias e suas esperanças.
Para mim, Dylan talvez tenha mais a dizer com suas letras e poesias do que tantos livros.

E em segundo lugar, gostei do prêmio ter sido dado a um cantor, o que foge completamente do perfil estabelecido. Adoro essas rebeldias!! São os rebeldes que fazem o mundo andar para frente! Já pensou se não houvessem os rebeldes? As missas seriam em latim até hoje!!!
A escolha de Dylan tirou o bolor do prêmio, deu um sopro de modernidade e mostrou que a importância das letras não está só nos livros. Está também na poesia e na música, está em todo lugar.
Bob Dylan já concorria ao prêmio há tempos. E, embora o prêmio tenha sido criticado por muitos, os grandes nomes da literatura como Mario Vargas Llosa e Bernard Henry-Levy aplaudiram a escolha.
Eu também aplaudo você, Dylan! E, como diz a letra de uma de suas canções, que ´´o mundo modorrento se abra para todos os que tem algo a dizer.´´



Refazenda toda guariroba

Na década de 1980, Gilberto Gil era um astro em ascensão.
Para ajudar um grande amigo que precisava de dinheiro, Gil comprou uma fazenda produtiva, de terra boa, localizada a 300 km de Salvador, na Bahia, que pertencia a este amigo.

Desprendido, Gil não ligou muito para o patrimônio e deixou o amigo e antigo dono, explorar a terra. E assim, passaram-se quase 20 anos, até que o amigo de Gil se mudou para outra fazendinha menor com a mulher e entregou as terras ao cantor.
Em 2003, então Ministro do governo Lula, e simpatizante dos movimentos de esquerda, entre eles o MST, Gilberto Gil doou a fazenda  para o Movimento dos Sem Terra. A doação foi toda feita legalmente e Gil ficou feliz em fazer a sua parte em prol do que acreditava, afinal seriam dezenas de famílias assentadas numa terra fértil onde ´´em se plantando, tudo dá´´, principalmente frutas e café.
Passados quase 13 anos da data da doação sabe quais famílias dos Sem Terra estão ocupando a fazenda? NENHUMA! Isso mesmo! A fazenda que Gil comprou com seu trabalho e doou ao MST porque acreditava no trabalho e nas intenções dos bandeirolas vermelhas, está entregue ao mato. Mato esse que cresce e está acabando com as estradas, pastos e pomares do lugar.

Aí eu pergunto: eles não querem terra? Eles JÁ tem terra!!!!!!!!!
Porque então ainda gritam e levantam bandeira? Porque não vão para as terras QUE ELES JÁ TEM, e lá vão trabalhar? Porque não vão capinar o pasto, arar a terra, tratar do gado, da criação? Porque não vão plantar, colher e cuidar? Porque não vão tirar da terra o próprio sustento? Porque ficam infernizando a vida de quem não tem nada com isso?
Só posso chegar a uma conclusão: porque eles não querem terra.
E o que eles querem então?
Ah, tirem vocês suas próprias conclusões.





Pequenas loucuras


Desde muito cedo na vida vamos aprendendo a nos conter.
A engolir o choro, a interromper a risada, a ponderar a língua, a ajustar os movimentos do corpo, a maneirar nos gestos.
Vamos crescendo e ficando mais regrados, mais comedidos, e isso é importante para a vida social, para respeitar o espaço alheio e o ambiente comum e ter noção dos próprios limites. Mas também acho que a disciplina excessiva das emoções pode desestabilizar uma alma.
Parece que uma pessoa adulta equilibrada é aquela que tem convicções, postura, autocontrole exacerbado, não fala na hora indevida, não titubeia nas decisões, sabe o que quer, sabe por onde vai, com quem vai e como vai.
Mas eu acho que equilíbrio mesmo é abrir-se e permitir-se expressar. Equilíbrio é um dia aceitar a chuva de lágrimas, a desesperança, a tristeza e no outro, navegar na maré calma e morna da alegria.
Equilíbrio é gritar para extravasar, é calar quando não tiver nada para dizer. É falar pelos cotovelos quando a mente sentir vontade de celebrar e narrar histórias.
Confio mais nas pessoas que são mais cheias de dúvidas do que de certezas, que têm mudanças de humor, que em alguns dias têm os olhos marejados e em outro, um sorriso largo.
Acredito na importância de se permitir transbordar, deixar energias de dentro virem à tona quando elas aparecem.
Porque um choro pode ser apenas uma limpeza de algo que machucou. Mas muitos choros contidos podem afogar uma alma. Porque uma gargalhada descomedida pode ser uma explosão de alegria momentânea, mas pequenas felicidades reprimidas podem desencadear uma apatia no olhar para o mundo.
Porque um ato de loucura, um grito, um berro, um travesseiro arremessado na parede pode ser apenas uma euforia ou uma raiva que invadiu nossas células, mas muita raiva refreada pode causar manchas irreparáveis por dentro.
Por isso tudo, acho que bonito e equilibrado é o ser que não se envergonha de chorar, amar, sorrir, titubear, enlouquecer de vez em quando. Equilíbrio é saber que somos seres sociais e químicos, culturais e bichos, crianças e adultos, inseguros e confiantes. Tudo junto e misturado.
Do livro de Klara Bacarin.





A resposta

´´A paixão tem prazo de validade, é de 3 ou quatro anos. Depois, tem 3 destinos possíveis: a indiferença mútua, quando então há uma separação sem rancor; o amor companheiro, seu melhor resultado, quando a amizade erótica entre pessoas que se conhecem e se admiram toma o lugar das ilusões; e o sadomasoquismo, quando o amor é substituído por um rancor surdo, num processo de vingança interminável, de ambas as partes.´´

Francisco Daudt é psicanalista, escritor e colunista da Folha de São Paulo. Sou fã de seus artigos.
O desta semana, especialmente, é um reflexão - e um sopro de esperança - para os casais que, bravamente, insistem em se manterem casados e ... felizes. No texto,  Daudt discorre do porque os casais que não estão mais satisfeitos um com o outro ainda querem se manter juntos. As razões são inúmeras.

No fim do texto, vem a resposta, clara como cristal, em uma conversa com uma de suas pacientes:
´´A separação é uma possibilidade séria: ´ É de fato eu não morreria se me separasse mas ... não quero! Há muitas coisas boas no meu casamento, além dos filhos. Bem, se eu posso me separar e não quero, porque fico me queixando do outro??? ´´. 
Nesta hora, a pessoa retorna de algum modo ao início de seu relacionamento, quando estava nele porque queria, e não aprisionado. Nesta hora, a pessoa pode escolher se casar. Só pode se casar, quem pode se separar. E então, o casamento não é mais uma prisão´´.
Para ler o texto na íntegra, clique aqui. Vale para casados, não casados e interessados em. 



O garoto de roupão, a sandália e a calçada

Ser baixinha tem seus prós e contras. Por exemplo, uma mulher baixinha cabe em qualquer lugar, seja no carro, num elevador lotado, ou nas poltronas apertadas do avião. Uma baixinha que faça Ioga é um achado, já que posso entrar debaixo da mesa, em lugares estreitos,  e posso passar entre dois carros sem encostar no retrovisor. Raramente bato a cabeça em galhos de árvore, outra coisa boa! Além disso, as mulheres baixinhas custam para envelhecer. Não que a gente não fique enrugada, mas é que como somos pequenas parecemos mais jovem. Uma baixinha jamais fica maior que seu marido! Não é ótimo?!!!!
Mas existem os contras, claro. Levar mala de rodinha em viagem de avião, nem pensar! Eu nunca alcanço o ´´compartimento acima do seu assento´´!  Pegar um saco de farinha na última prateleira do supermercado é outro problema! Antigamente eu me apoiava no carrinho, mas depois de quase levar um tombo, desisti. Agora eu peço ajuda aos clientes mais altos ´´ por favor, será que o senhor pega a farinha pra mim? É que eu não alcanço´´... e, claro, dou duas ou três batidas de cílios. Todos pegam com prazer, principalmente se for homem! Eles adoram ajudar donzelas desamparadas!  Outro inconveniente de ser pequena: comprar uma calça, saia ou vestido e já querer usar: é impossível! Todos tem que fazer bainha!!!!
Mas esse post é para falar que, como sou baixinha a-do-ro um salto alto! E isso  as vezes é um problema, como hoje, por exemplo.
Como acabei de fazer propaganda de que ando à pé pelo meu bairro, resolvi sair à pé de salto (esse aí da foto). Pra que fui inventar essa moda! Vocês não imaginam o que são as calçadas da nossa cidade! Um perigo! Cheias de buracos, escorregadias, com lombadas terríveis, pedras soltas, etc. Verdadeiras armadinhas! Quase levei um ou dois tombos e na hora de descer uma rampinha tive que me apoiar num garoto que ia para a natação (ele estava de roupão e touca de nadar). O garoto ficou bem feliz em me ajudar, mas confesso que foi um mico!
Enfim ... se seu que sou ágil e esperta quase fui ao chão, imagina as pessoas mais velhas, que deveriam - e precisam - andar pela cidade à pé?!!!!  E quanto aos cadeirantes ou pessoas com necessidades especiais???? Só Jesus para ajudar! Ou rezar para ter um menino com roupão de natação e boa vontade...

Uma falta de cuidado e respeito com nossos cidadãos! Desde os mais velhos, as crianças, as mães com carrinhos de bebê, os deficientes, e claro, as baixinhas de salto nas alturas!