Bob


Bob Dylan levou para casa o mais cobiçado prêmio literário do mundo, o Nobel.
Nem todo mundo ficou satisfeito.

No meu Clube do Livro, por exemplo, há as que gostaram e as que detestaram. Eu sou da turma que adorou!!!!

Primeiro, porque honestamente concordo que Dylan é um grande poeta. As letras de suas canções influenciaram várias gerações, acabaram com uma guerra, mudaram o destino da humanidade.
As letras das músicas de Dylan mostram que palavras tem um poder transformador. E afinal  não é esse o objetivo da literatura? Mudar, transformar, emocionar? 
Bob Dylan é mais poeta do que músico. Aliás, como músico ele é sofrível, com sua voz fanhosa e gestos comedidos. Mas a preciosidade do que ele fala é tamanha, que ninguém olha para o cantor, apenas para o que ele tem a dizer. E como ele tem coisas a dizer...
Ensinei para os meus filhos muita coisa sobre a contra-cultura mostrando as letras de Dylan. E contava para eles como ´´Gone With Wind´´, uma simples canção, teve a força de acabar com uma guerra que levava milhões de jovens para os campos de batalha. Em sua fase mais perto de Deus, Dylan escreveu suas mais belas canções, poesias puras, que falam sobre o homem, seus sentimentos, suas misérias e suas esperanças.
Para mim, Dylan talvez tenha mais a dizer com suas letras e poesias do que tantos livros.

E em segundo lugar, gostei do prêmio ter sido dado a um cantor, o que foge completamente do perfil estabelecido. Adoro essas rebeldias!! São os rebeldes que fazem o mundo andar para frente! Já pensou se não houvessem os rebeldes? As missas seriam em latim até hoje!!!
A escolha de Dylan tirou o bolor do prêmio, deu um sopro de modernidade e mostrou que a importância das letras não está só nos livros. Está também na poesia e na música, está em todo lugar.
Bob Dylan já concorria ao prêmio há tempos. E, embora o prêmio tenha sido criticado por muitos, os grandes nomes da literatura como Mario Vargas Llosa e Bernard Henry-Levy aplaudiram a escolha.
Eu também aplaudo você, Dylan! E, como diz a letra de uma de suas canções, que ´´o mundo modorrento se abra para todos os que tem algo a dizer.´´



Um comentário:

Walter Arruda disse...

Querida Kika, tbm aplaudo a escolha dele para o prêmio NOBEL de literatura. Acerca da rebeldia, nem sempre é sinônimo de coisa boa e progresso. Creio que as missas deixaram de serem celebradas em latim não por rebeldia,mas por uma decisão da Igreja em querer que a mensagem seja compreendida por todos, uma vez que nem todos falam e entendem latim. Gosto muito do seu blog ; divulgo entre os meus amigos. Um abraço. Que Deus e Nossa Senhrora lhe abençoe e proteja