Nova Ordem Mundial

Uma verdadeira revolução está em curso. Silenciosa e poderosa. Está em livros, teses, estudos, seminários, debates.
Ganhou o reforço de intelectuais, pesquisadores e estudiosos do comportamento humano.
Uma especie de Nova Ordem Mundial, que prega que o novo século será das pessoas que sabem exatamente o limite tênue entre manter a vida privada e saber se comunicar com um mundo sem fronteiras.
Difícil? Não.
O livro ´´O poder dos quietos´´ mostra com clareza como aquela criança calada, com zero de popularidade na escola, que não fica dedilhando seu Iphone de 5 em 5 minutos, tem muito a dizer. E o mais importante: são elas que o mundo quer escutar.


Viver então no isolamento total? Claro que não! Longe disso! Daí o desafio.
Num mundo globalizado é necessário se falar todas línguas. O que não quer dizer ser um poliglota. Quer dizer: ter a capacidade e a sabedoria de saber falar a língua do porteiro, do taxista, do pagodeiro, do ministro, do padre, do presidente. As diferenças sociais estão cada vez menores. O pagodeiro  hoje, pode morar ao lado do ministro na Vieira Souto. O presidente pode precisar do voto do porteiro amanhã. E por aí vai. Essa ideia de convivermos somente com os nossos ´´iguais´´ socialmente falando, está pra lá de atrasada. Resquício pobre do Brasil colônia, ultrapassado e antigo. Até a pragmática realeza britânica se rendeu a uma plebéia. Para os estudiosos da Nova Ordem, sinal da evolução da nobreza.
Lady Di, Obama, Luciano Huck e Hebe, por exemplo, embora num patamar quase inatingível de poder, popularidade  e dinheiro, souberam e sabem se comunicar com o mundo heterogêneo e diversificado.

Ao mesmo tempo, a privacidade será um item de luxo. Dominado por poucos. A super-exposição da vida privada entrará rapidamente em declínio e os que souberam preservar a sua, serão donos do ouro. As redes sociais vieram com tanta sede ao pote, que o limite foi ultrapassado, e o mundo não quer mais saber o que você comeu no café da manhã, o que cozinhou, comprou ou se fez check in em Paris. O mundo vai querer saber o que fazem os que não falam o que fazem.


Então ser popular, bem sucedido ou famoso será um problema? De jeito nenhum! Pelo contrário! Isso é uma consequência de seus feitos e será ótimo, desde que você não precise gritar (ou postar) aos quatro ventos que o é. Deixe que os outros digam.

É preciso muita inteligencia e bom senso, para saber qual é o limite entre projeção e popularidade e
exibicionismo puro e simples.
Meryl Streep, por exemplo, está em todos os red carpets e estrela vários filmes  por ano e não se furta de se posicionar politicamente. Mas isso é tudo o que se sabe sobre a vida de uma das mais populares, famosas, premiadas e bem pagas atrizes do mundo.
Bono Vox, do U2, é casado e tem 4 filhos. Mas onde ele passa as férias? E sua mulher, Alisson, comprou qual bolsa? Nem uma palavra.
Malu Mader é atriz, abriu as portas de sua casa para várias revistas de decoração, está sempre presente em lançamentos, estreias e shows. E só.

É como se compararmos a vida a um castelo medieval: com muros altos, sim, mas com enormes pontes, para que por elas, possam entrar todas as pessoas, de qualquer lugar, classe, cor ou credo.
E sem nenhum outdoor brilhante e coruscante alardeando aos quatro ventos o que fazemos lá dentro.





Nos dias de hoje, onde, embora tenhamos as vidas absolutamente expostas nas redes sociais, onde as pessoas estão cada vez mais solitárias e confinadas em seus mundos, tão incapazes de olhar para o outro de verdade, essa Nova Ordem Mundial será para poucos.