Na parede da casa da fazenda da minha mãe tem uma estante repleta de livros. E nela está pintada, entre uma prateleira e outra, em letras verdes enormes: ´´O livro fala, a alma responde´´.
Sendo assim, eu não poderia ter crescido sem ser apaixonada por livros. Todos. De qualquer espécie.
Livros não são um amor qualquer. Eles nos tomam tempo, custam dinheiro, nos fazem pensar, e são, muitas vezes, a melhor parte do dia. Troco fácil a companhia de gente pelos livros. Divulgar este amor não é fácil, infelizmente. Muita gente não lê uma linha e acha que livro ´´dá sono´´. Ainda assim eu insisto! Porque eu sei que quem lê nunca está só. Quem lê vê o mundo do seu tamanho exato: enorme, complexo, diferente, cheio de possibilidades, de dor e alegria. Ler amplia nossos horizontes, nos faz ficar mais tolerantes com o diferente, e com isso, aumenta nossa capacidade de superar as dificuldades da vida. Ler nos dá senso crítico.
Por isso fiquei super honrada com o convite da Luciana Tanure, da Quixote, em participar do seu novo projeto, o Mercado das Letras. Um encontro super bacana, entre autores e o leitor comum. Afinal, o autor só existe porque há um leitor e vice-versa.
Nesta primeira edição, tive o prazer de conversar com duas craques das letras. Duas mineiras charmosas, inteligentes e lindas.
Inês Campos, poeta e advogada nas horas vagas (não necessariamente nesta ordem!!!), que publicou Geografia Particular. Um belo apanhado de suas poesias, escritas ao longo de dez anos. O livro é lindo, delicado, sensível. E é lindo por dentro e por fora! Inês é apaixonada por cadernos e quis que seu ´´filho´´ fosse parecido com um. Deu certo. Dá vontade de colocá-lo em cima da mesa de centro da sala!!! As poesias sobre Minas (minhas favoritas), são músicas para quem nasceu entre as montanhas. ´´A arte de amar é a mesma que a de ser poeta´´.
Ao lado de Inês estava Daniella Zupo. Dani, apresentadora de TV, conhecida jornalista, teve a vida virada do avesso quando descobriu um câncer. Ao contrário de Inês, que tinha tempo de sobra, Dani não tinha. Seu livro, um relato comovente e inspirador, foi escrito em dez meses.
Ao lado da família, da filha, Maria, dos amores e dos amigos, Daniella encarou a doença com suas limitações, suas dores, suas angustias e seus aprendizados. Sem nenhuma grama de mágoa, o livro nos faz ver a vida com os olhos desta morena linda, de sorriso largo e olhos d´água, essa Daniella que ´´atravessou tempestades e agradece pela chuva. A Daniella que não pragueja contra o sol escaldante. A Daniella que caminha no deserto´´. Um livro para não sair da mesa de cabeceira.
Obrigada, Luciana, pela oportunidade única. E que esse seja o primeiro de uma série! Que o Mercado das Letras tenha vida longa!
Um comentário:
Delícia de evento. Que este seja só o primeiro!
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