Você perdeu, Renan. Nós ganhamos.

Há uma semana atrás eu contei aqui no blog que o Senador Delcídio do Amaral ameaçou os jornais Folha de São Paulo e o Globo, com a nova lei da imprensa, caso ambos publicassem notícias sobre a investigação que corria sobre ele na Polícia Federal. O sinal de desespero do senador foi logo percebido, já que para um homem afável e poderoso, ameaçar a imprensa parecia um ato impensável.

Pois Delcídio ameaçou a imprensa. E ameaçou o Supremo. E intimidou um réu da lava-jato. E tentou atrapalhar investigações sérias. E achou que podia tudo. Pois ele não pode. Como bem disse a Ministra Carmem Lúcia: ´´aviso aos navegantes nesse turvos mares de corrupção: ninguém vai passar por cima da Constituição´´.
E Renan Calheiros tentou, mas logo percebeu que também ele, não podia tudo. O presidente do Senado queria uma votação secreta sobre a prisão do colega. Pois numa votação inédita para um dia de cão em Brasília, os nobres parlamentares votaram não só pela manutenção da prisão de Delcídio, como o fizeram no ar e publicamente para que todos os eleitores pudessem conferir quem era realmente merecedor de um assento na Casa.
Eu acompanhei a votação ao vivo e coloquei no Tweeter todos os Senadores que votaram pelo voto secreto e os que quiseram a transparência. E também os que votaram em apoio à decisão do Supremo e os que votaram pelo relaxamento da prisão. Coloquei até a foto dos senhores Senadores para não haver dúvidas nas próximas eleições!

Enfim, foi um dia para ficar na história, porque, como bem disse o comentarista da GloboNews, Gerson Camarotti, nunca d´antes o Senado se sentiu tão pressionado a fazer o que não queria. Durante a manhã de hoje,  a corrente forte era votar pelo relaxamento, afinal mais 13 Senadores também são investigados na Lava-Jato, e a prisão do colega abriria um precedente preocupante. Mas no fim do dia, a pressão popular era tamanha, que os Senadores não tiveram outra escolha a não ser mostrar aos seus eleitores o papel que lhes cabia como representantes do povo. Um cargo público é, como o próprio nome diz, público. E nunca, jamais, deve atender a interesses próprios.

Pois como em poucas vezes na sua história,  o Brasil cobrou  de seus representantes uma postura. Cobrou rápida e vigorosamente.   E os parlamentares eleitos, tiveram sim, que nos dar satisfação.






2 comentários:

Anônimo disse...

Mas eu fiquei tão feliz. Graças a Deus a PF esta nos ajudando.

Que este seja um inicio da luz no final do túnel.

Mas tbm, depois de tudo isso, se acabar em pizza, pode largar mão.

Flávia Ribeiro disse...

Arrepiei com esse seu post! Parabéns!!!!