Venda

O governo de São Paulo está ´´limpando a cracolândia´´. Se vai dar certo ou não, ninguém sabe.
O fato é que o crack está aí, debaixo do nosso nariz, querendo bater na nossa porta. O crack vicia  logo primeira vez, e sua ação para o viciado é devastadora. Por ser barato é considerado uma draga de periferia. Ledo engano, dizem os especialistas. Nossos filhos não usam, mas os filhos dos nossos ajudantes e empregados estão muito perto dele e portanto, nós também. O vício é rápido e o efeito, terrível. São hordas de zumbis vagando pela cidade em busca da droga. Como perdem a capacidade de trabalhar o viciado só consegue a droga de uma maneira: roubando, matando. E o tráfico já descobriu as pequenas cidades do interior do país como ótimo mercado consumidor. São homens, mulheres e jovens, totalmente dominados pelo vício e sem nenhuma orientação ou apoio para sair dele.  Quem conhece de fato o problema, assegura: é simplesmente assustador. O crack é hoje o maior problema de saúde pública do país. Uma epidemia, sem controle, que está arrasando os nossos jovens do país. E é nesse país que vivemos, que nos dá nosso sustento e que vamos deixar para os nossos filhos.  O crack é como câncer silencioso, que mata e destrói. E o mais terrível: não existe, até hoje,  nenhuma ação do poder público realmente eficiente para combater esse mal. É como se o governo, e todos nós cidadãos responsáveis, tivéssemos colocado uma venda para não vermos o problema.
Como se os viciados fossem invisíveis.
Até o dia que eles olharem bem nos nossos olhos. Aí, não haverá muros, nem cercas, nem câmeras, nem seguranças, que irão nos proteger.