As pequenas livrarias


O mundo dos livros e das editoras no Brasil  está mergulhado numa crise nunca vista.
Enquanto por um lado nunca se leu tanto no Brasil, por outro os hábitos de consumo mudaram muito também.
Primeiro foram as pequenas livrarias que fecharam as portas e deram lugar aos gigantescos shoppings de livros, como Fnacs, as megas lojas da Saraiva, a Leitura em Belo Horizonte e várias outras. 
O formato durou mas agora as gigantes estão tombando. E a culpa não é da venda dos livros em si. Não foi só o kindle que roubou o lucro das gigantes. A verdade é que as hiper livrarias perderam o charme, a concorrência aumentou, os custos para se manter lojas colossais tornaram-se inviáveis.
A Fnac deu adeus ao Brasil, a Cultura pediu recuperação judicial, a Saraiva tenta se manter na linha d´água. Então onde nós, leitores, vamos comprar nossos queridos companheiros de vida?
De volta às pequenas, pessoais e charmosas livrarias! 
Bem administradas e com um formato diferente, as livrarias menores viraram o xodó dos consumidores. O segredo é ter outros produtos que agreguem (com um café, presentes, papelaria),  ter um ambiente agradável e pessoal, bem diferente das inóspitas e modernas gigantes dos shoppings, e a cereja do bolo, ter um bom livreiro! Esta onda De Volta ao Passado é uma tendência mundial. Na China as livrarias que vendem muito são as pequenas. E em Paris, as livrarias charmosas dos filmes e dos livros não só sobreviveram como ganharam prestígio e novos clientes. Ser visto dentro de uma delas é mais chique que ser visto saindo da Galerie Laffayette! 



















Enquanto na ponta final do varejo as mudanças estão acontecendo, no prelo também.
A sólida e competente Companhia das Letras, foi engolida pelo dragão Penguin House. A editora dos Schwarcz tem agora apenas 30% da empresa. A fusão já estava prevista desde 2011, mas é sempre assustador, para os amantes dos livros, ver sua editora favorita sendo vendida.
O fato é que o mercado editorial como um todo está se mexendo, mudando, se adaptando. As revistas vão se extinguir, o kindle não vai acabar com o livro de papel, as mega livrarias vão desaparecer e as pequenas, se Deus quiser, sobreviver.  
O mundo muda mas o amor pelos livros, não. Ainda bem.



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