Aos 75 anos, Ney Matogrosso será o grande homenageado do 28º Prêmio da Música Brasileira,
hoje, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Cantor, compositor, performista, bailarino, showman. Ney é um dos maiores e mais versáteis artistas do país. Este prêmio veio tarde e é mais do que merecido.
Sou fã de Ney. Ele está na minha lista dos melhores.
Adoro Ney, o artista e gosto mais ainda de Ney o contestador, o inconformado.
Que sua vida e sua arte sirvam de exemplo e que Ney possa gritar no ouvido dos caretas e dos preconceituosos.
Sua história de vida se confunde com sua trajetória artística. Ney disse recentemente a Pedro Bial que a arte o salvou. Numa época onde os homens não podiam nem pentear os cabelos que eram chamados de gays, vivendo sob a tirana ditadura que sufocava qualquer tipo de liberdade, Ney desafiou todos e tudo, com suas letras fortes e sua performance no palco.
Elegante até quando desafiava o mundo, Ney usou da firmeza de suas convicções e da grandeza de sua voz para marcar seu lugar ao sol.
Os Secos e Molhados romperam a barreira do preconceito e abriram caminho para inúmeros outros artistas.
Ney, grande Ney.
´´Vestido de pantera e com os olhos pintados, ele impunha muito mais respeito que homens de coturnos e armados´´, disse Boni de Oliveira em seu livro.
Em Sangue Latino, no auge dos terríveis anos de chumbo, Ney cantava alto e em bom som:
que o que importava é ´´não estar vencido´´.
´´Jurei mentiras e sigo sozinho
Assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinho
E o que me resta é só um gemido...
minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos
meu sangue latino, minha alma cativa
Rompi tratados, traí os mitos
quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que importa é não estar vencido´´.
Clique no play do video abaixo e veja Ney e o seu inquieto e quente Sangue Latino, minha música preferida.
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