Daslu

Sou uma orfã da Daslu! Nunca existiu uma loja igual e pelo visto não haverá outra nem parecida. Entrar na Daslu do passado era quase um sonho. Esperar a revista do mês chegar era quase insuportável! Eu queria ter simplesmente tudo!!! Para mim, poderia existir uma única loja na face da terra. Era a Daslu. Quem conhece sabe do que estou falando. A Daslu ainda existe, mas não é nem a sombra do que era no tempo de Eliana Tranchesi. Nem uma sombrinha, para ser mais exata. Nem uma copinha de árvore. A Daslu de hoje vende roupas e tem o mesmo nome. E só.

E agora, a Daslu nova muda de dono de novo. Sai o grupo Laep e entram investidores baianos, encabeçados pelo empresário Crezo Suerdieck, especialista em comprar empresas em dificuldades. A ideia é transformar a Daslu em franquias espalhadas pelo país. E para isso serão feitos cortes, começando pela loja do JK Iguatemi que ficará bem menor. Outro passo é incorporar outras marcas à Daslu, como a Thelure que também foi vendida para o mesmo grupo.
Tomara que dê certo. Mas uma coisa é certa: a Daslu não era só um nome. Daí a diferença intransponível entre o que era, e o que é nova Daslu.
A Daslu de Eliana Tranchesi, Pat Ramalho, Donata Meirelles, Mariana Penteado, era todo um estilo de vida, de bom gosto, de tradição, de qualidade, de identidade. Não era só uma loja que vendia roupas ou sapatos. Acho pouco provável que este, ou qualquer outro grupo, consiga trazer de volta a boa, velha e única Daslu do passado.
Continuo orfã.