''Não se pode repetir o passado''

Sábado foi dia de cinema, pipoca, bom papo e jantarzinho no japonês.

Perfeito! 

Fomos assistir ao tão esperado The Great Gatsby.

Um filmaço, sem dúvida.

Mas nem se compara ao primeiro. Nem de longe.

Claro que Baz Luhmann foi ousado e corajoso em refilmar um clássico premiado do cinema. 

Afinal, toda refilmagem tem que ser ousada. Porque como já houve um, a comparação é inevitável e nada mais terrível do que a comparação. 

Talvez se não tivesse existido o primeiro Gatsby, esse poderia ter sido perfeito. Mas houve. 

F. Scott Fitsgerald é um escritor elegante. Ele descreve como nenhum outro uma sociedade estragada e feia por dentro, mas elegantérrima por fora. Com valores morais invertidos, mas cheia de bom gosto.

E no novo Gatsby, tirando o figurino e as jóias da Tiffany ( de cair o queixo!!!!), nada mais é elegante.

Tudo no novo filme é over, exagerado. E não tem nada mais deselegante do que o exagero.

No clássico de 1974, a casa de Gatsby, um palacete Art Decó, chiquérrimo, virou um símbolo de elegância. Nobre e imponente. 

A casa do novo Gatsby é caricaturada. Um palácio colorido e cafona. As festas são tão exageradas que perdem a graça. No livro, Nick diz que as festas de Gatsby eram um ''parque de diversão''. Neste novo filme elas viraram ''um circo''. 

Fitzgerald passa o livro todo tentandao descrever um Jay Gatsby bem nascido. E o novo filme acaba com isso. No novo filme, Gatsby é um novo-rico obssessivo.

Carey Mullingan, que interpreta a fútil Daisy no novo filme, é linda e muito boa atriz, sem dúvida, mas não tem a metade do talento de Mia Farrow. 

Já Leonardo Di Caprio brilhou! Eu amo Robert Redford, mas Di Caprio é Jay Gatsby! Perfeito!

A pose, o jeito de colocar a mão no bolso, os gestos calculados. Fitzgerald ficaria orgulhosíssimo dele! Merece um Oscar!

Enfim, para quem não viu o primeiro, The Great Gatsby - 2013, é um filme simplesmente imperdível. 

Para quem viu, o novo Gatsby é um grande filme, mas que  não vai apagar, nem por um minuto,  o encanto do primeiro.

E, é  como disse Nick Carraway para Jay Gatsby:  

''Não, meu amigo. Não se pode repetir o passado.''