Às ruas!

Estava eu no salão,  na Savassi, quanto começou uma passeata grande, pacífica  e barulhenta em direção à Praça da Liberdade.

Euzinha, com tinta no cabelo, fui ver de perto. Podem imaginar?!

Adoro manifestações. Desde que civilizadas, claro.

Acredito firmemente que só a indignação e a coragem é que mudam o mundo. 

Acho sensacional que brasileiros se reúnam para outra coisa que não seja para comemorar gol de futebol. E acho louvável que os jovens, tão alienados e egoístas, tenham um posicionamento político e participação social e que se encontrem na praça, e não só nas festas, para dizer o que pensam e o que querem.

“A praça é do povo! como o céu é do condor”.
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.
Senhor, pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a rua de seu…
Ninguém vos rouba os castelos,
Tendes palácios tão belos…
Deixai a terra ao Anteu.
Mas embalde… que o direito
Não é pasto de punhal
Nem a patas de cavalo
Se faz um crime legal…
Ah! não há muitos setembros!
Da plebe doem-se os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado
Diz: já não posso sofrer.''

Castro Alves