Super Mario


Nestes tempos de idolatria a Neymar e Messi, meu favorito é Mário Balotelli.
Primeiro, porque o cara joga demais. Depois, pela sua história de vida.

Mario Barwuah, nasceu pobre. Muito pobre. Filho de um casal de imigrantes de Gama, ele viveu os dois primeiros anos de sua vida no hospital onde nasceu. O pequerrucho tinha problemas sérios no intestino e poucos acreditavam que ele se recuperaria. Os pais então, decidiram deixá-lo aos cuidados dos médicos e enfermeiras. O valente Mario sobreviveu e então foi morar com os pais num casebre em Palermo. Mas a situação financeira da família continuava crítica e aos três anos, Mario foi dado para adoção ao casal Francesco e Silvia Balotelli, que já tinham três filhos biológicos.
O garoto cresceu em uma família estruturada e amorosa, porém, ele era ganês e sofria todo tipo de preconceito. Primeiro na infância, depois, no próprio futebol. Embora filho, mesmo que adotivo, de uma família italiana, ele não conseguia a cidadania e não podia defender as cores de seu país.
Cansou de ouvir ofensas racistas nos campos da Europa. Da torcida, e por incrível que pareça, dos próprios jogadores. Um dia, ao tentar entrar em sua própria casa, foi confundido com um ladrão.

Mas Super Mario foi em frente.
Aos 22 anos, é a grande estrela da Azurra, a seleção italiana, e é adorado pela torcida. Tem um dos maiores salários do futebol mundial. Rebelde, desbocado, insolente, impetuoso, alegre e indisciplinado. Não é fácil controlá-lo fora do campo. Sensível, chora quando toca o hino da Itália e quando recebe alguma homenagem.
Os dois irmãos adotivos, que ajudaram a criá-lo são seus procuradores e o acompanham em todos os lugares. Dos pais biológicos, ele quer distância. As dores do abandono são muito grandes.

No jogo de hoje entre a Itália e o México, Balotelli jogou horrores e fez um gol. Na comemoração, tirou a camisa, mesmo cansado de saber que é proibido. Tomou um cartão, claro.
Saiu de campo aplaudidíssimo! O pequeno Mario, um sobrevivente da miséria, da doença, do preconceito e do abandono, virou um ídolo. Rebelde, é verdade. Mas um ídolo.





5 comentários:

Anônimo disse...

E um gato! Lindo, lindo!!!!

Louise disse...

Nossa Kika!
Que lindo esse post! Que imagem mais comovente...
Fiquei imaginando o que se passava pela cabeça dele com aqueles olhos tão expressivos e tranbordando de lágrimas...
Chorei de emoção,
Louise

Flavia disse...

Kika eu me arrepio com seus posts! Seu blog é o melhor do Brasil!!!!

Anônimo disse...

Me junto à Flavia e Luise.
Kika, parabéns pelo seu blog. Você, mesmo que não saiba, nos mostra outro mundo. Seu blog é o melhor do MUNDO.
Fred

Lívia Figueiredo Da Silva disse...

Adoro seu blog é lindo e inteligente não tem como foco somente produções do dia e comove ver essa foto porque cada um sabe a dor que carrega na alma e essa tal rebeldia é apenas sinal de carência.