A herdeira

Ela nasceu em berço de ouro. Aliás, de ouro, brilhantes e pedras preciosas!

Maria Lúcia é a herdeira do Banco Itaú.

Tendo vivido num mundo com todas as facilidades e riquezas, ela, sábia, viu que a vida não pode ser vivida numa bolha.

Única filha de Olavo Setúbal, o todo-poderoso, Maria Lúcia foi criada como princesa entre 7 irmãos.  Seu apelido na infância era Boneca. Aos 15 anos, passou meses numa escola na Suiça aprendendo a esquiar e a falar francês. ´´Odiei´´, conta ela.

Para ela, era impossível ignorar a desigualdade ao seu redor.

Saiu do castelo e foi ver de perto a realidade de seu país. Resolveu investir na única arma capaz de mudar a realidade das pessoas: a educação. Mudou a vida de muita gente e principalmente, a sua própria.


De Boneca ela não tem nada! Inteligente, culta, articulada, preparada, Neca, foi viver.
Estudou muito, fez milhões de trabalhos voluntários e resolveu se dedicar à educação.
Escreveu 10 livros sobre o tema e em 1987 estava mais do que preparada para fundar o Centec. Uma jóia.
O Cenpec,  Centro de Pesquisa para Educação e Cultura é  uma referência nacional na produção de material didático, formação de professores, e avaliação de escolas.
Neca e seu Centec atendem quase 10% das escolas públicas do país, movimentam quase R$ 14 milhões por ano e trabalham com 240 profissionais da educação. Uma grandeza!


´´É o desafio que me move. Tenho uma satisfação intelectual enorme de coordenar um trabalho que vai fazer a diferença para uma escola, uma comunidade"

Maria Lúcia é uma mulher e tanto. Alta, magra, elegantérrima (não existe elegância que venha de fora, lalás. Só de dentro.), é ela quem dirige o próprio carro. Seu apartamento em São Paulo é confortável, mas está longe, muito longe, de ser luxuoso. 

O luxo de Maria Lúcia é outro. É usar a cabeça, o coração, o conhecimento, as facilidades e oportunidades que teve,  para mudar o mundo e a vida das pessoas.

Para você Maria Lúcia, eu estendo o tapete vermelho e bato palmas de pé!!!

P.S. do blog: Se houvessem mais Maria Lúcias, não precisaríamos de passeatas.