Quem diria que um dia a gente iria sentir saudades do ... pivete! Isso mesmo, aquele molequinho, de roupa desgrenhada, que batia a carteira do cidadão no centro da cidade, roubava a bolsa das velinhas no ponto de ônibus - e as vezes tomava uma bengalada de volta - ou puxava o cordão de ouro da mocinha na rua. Muitas vezes, o pivete era pego no próximo quarteirão, já que vítima berrava ´´pegão ladrão´´! O pivete era quase inofensivo, já que sua ´´arma´´ era a esperteza, a agilidade e a fome! Bons tempos...
Hoje, o pivete rouba bancos, supermercados e casas. Anda armado até os dentes, com pistolas automáticas, e sabe até usar um fuzil. Mata a sangue frio, sem nada a perder e com a certeza da impunidade. Foge numa moto, protegido pelo capacete e pela lei que os solta rápido. Rouba não por fome, mas por vaidade, pela vontade de ter um tênis, um celular, um carro. E hoje, não adianta a vítima berrar, ninguém olha, nem ajuda, nem se interessa se o pobre se esgoelar ao seu lado ´´não é comigo´´.
E assim caminha a humanidade. Com saudade do pivete.
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O menino na foto icônica de Henry Cartier- Bresson, obviamente não é um pivete. Mas é o que me vem a cabeça quando penso na inocência dos garotos que estamos perdendo para a indiferença, o ódio, a maldade.
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