Domingo fui levar meu cachorro, Max, (sim, queridos. Eu agora tenho um pet...), para passear na Praça JK pela manhã. Entre milhares de crianças, bicicletas, cachorrinhos, avós com seus netos, etc, se misturavam também vendedores de todas as espécies. Uma mulher de corpão abriu o porta-malas de seu carro e vendia roupas de ginástica de todos os tipos e cores. Ousada, ela até colocou uma fita de led em volta do veículo para chamar mais atenção e pregou uma plaquinha onde se lia: ´´aceito todos os cartões´´. O carro popular se transformou numa bem sucedida lojinha!
Outra família - pai, mãe e dois filhos - ofereciam degustação de bolos caseiros, feitos com capricho, sem glutem, sem isso, sem aquilo, mas soborosíssimos. A família inteira estava trabalhando, bem uniformizados (de avental xadrez), e distruibuia, além do bolo, um panfleto com o telefone do delivery de bolos!
Mais à frente, um casal oferecia massas caseiras feitas com produtos orgânicos. Tudo muito bem embalado, com uma apresentação linda. Deu água na boca.
Dois rapazes simpáticos - que depois descobri serem irmãos, porque, claro, perguntei tudo, até onde eles moravam- alugavam patinetes motorizadas, novinhas, conservadíssimas, com números de série e capacete. Um sucessso!
Outro garoto (que podia ser colega dos meus filhos) de no máximo uns 15 anos, vendia traques. O danadinho colocou tudo muito organizado numa malinha de acrílico e vendeu vários, para a alegria da criançada e desespero dos pais. Eu vi quando ele foi embora com a malinha caprichada totalmente vazia e um sorriso de orelha a orelha!
Fora esses que mencionei, ainda circulavam pela praça os ambulantes de sempre: pipoqueiros, sorveteiros, etc.
Enfim, cada um se virando nos 30! Tenho uma grande admiração e uma certa inveja dessas pessoas. Dessa capacidade do brasileiro de um modo geral- e de certas famílias em especial - de se virar nos momentos de crise. Eles deixam de lado qualquer orgulho ou frescura e usam a criatividade para vender o que é possível, seja bolo, roupa, pipoca ou traques. Eles se esforçam quando muitos se entregam; eles tem determinação quando outros se desorientam; eles usam a garra onde tantos se acovardam; eles vão à luta, enquanto outros só reclamam; Tiro meu chapéu para a família do bolo que num domingo de sol não ficou em casa se lamentando e levou os filhos adolescentes para ajudar no sustendo da casa. Aplaudo muito o rapazinho que ao invés de ficar jogando video-game, foi vender traques. E estendo o tapete vermelho para a moça que transformou seu Gol numa charmosíssima lojinha e estava lá, debaixo de sol, trabalhando para viver.
Parabéns!!!! Esses sim, são os verdadeiros guerreiros do povo brasileiro!!!!
Um comentário:
Kika, divido com você a admiração por esses brasileiros de muita garra!!
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