Crepúsculo dos Deuses

No filme Crepúsculo dos Deuses, Glória Swanson vive uma atriz decadente que ainda sonha com os holofotes e não consegue dar adeus aos flashs. Madonna está longe de ser a Norma Desmond do filme, é claro, mas sua insistência em ser o que ela já não é, chega a ser constrangedora. Em menos de um mês Maddie caiu do palco, machucando a cabeça - e a alto estima -  e lascou um beijo num rapper, que pego de surpresa, fez cara de nojo em frente às câmeras. Aos 56 anos, Madonna continua em forma, disposta, vigorosa e com um talento incrível para se transformar. Mas, quer ela queria ou não, é uma jovem senhora que já cruzou o Cabo da Boa Esperança. Mesmo super em forma os anos passam e não adianta tentar esconder. Não que eu ache que Maddie deveria se aposentar, de jeito nenhum! Mas também não dá mais para usar ouro nos dentes como um gangster, beijar meio mundo na boca (sem que o meio mundo goste), e achar que é igual a doidinha Miley Cyrus e sair se pendurando em correntes! Madonna mudou uma geração, transformou a música, serviu de inspiração para todas as garotas do mundo, ainda leva multidões aos estádios e é uma das maiores estrelas da música de todos os tempos. E é assim que deveríamos nos lembrar dela: uma deusa. E não como uma estrela que não entende  que o tempo passa, ainda que o talento e a vontade continuem os mesmos.


Maddie devia seguir o exemplo de Gisele Bundchen, que no auge da carreira, e mais linda que nunca, disse adeus às passarelas. Gisele soube a hora de cuidar de coisas mais importantes e, mais que isso, soube deixar sua marca com estilo, classe e glória.

Viver com sabedoria cada etapa da vida. Saber a hora de plantar, a hora de colher, a hora de se recolher. Uma lição que nós, simples mortais, podemos aprender com as duas estrelas.