Não vou me acostumar

O sossego da Praça JK no alto do Sion, onde ando pela manhã foi abalado pelo assassinato do lavador de carro.

Em plena luz dia, as 07:30 da manhã, no meio dos caminhantes, 15 tiros e um corpo no chão. Simples assim. Quando cheguei para andar, a tragédia tinha acabado de acontecer. Estavam todos chocados, assustados e impotentes. 

Ah, Kika, isso é quase comum. A violência está em toda parte.

Não. Não é comum. Não podemos nos acostumar com a violência, com a impunidade, com o pouco caso com a vida alheia. Não podemos nos acostumar com um crime numa praça onde brincam crianças. Não podemos nos acostumar com um assassinato onde os criminosos saem andando com calma e sem medo. Não podemos nos acostumar com a banalidade com que tratamos uma vida. Não podemos nos acostumar com um crime seja ele onde for. Simplesmente não podemos.