Como sempre, e nem podia ser diferente em se tratando de arte, a Bienal de São Paulo já começa rodeada de polêmicas. A maior delas é sobre o patrocínio do governo de Israel, que este ano doou 90 mil reais para a mostra, e que tem 4 artistas israelenses participando.
Assim que souberam do patrocínio, 36 artistas fizeram um abaixo-assinado pedindo que a organização da Bienal devolvesse o dinheiro e retirasse o governo de Israel como apoiador, por não aprovarem as ações em Gaza. A Bienal abre dia 6 e até então, os patrocinadores continuam os mesmos.
A arte, assim como o esporte, são uma das poucas manifestações onde os povos podem se unir sem se preocuparem com raça ou credo. A arte não é feita para separar e sim para aproximar. O fato de artistas não concordarem com um tipo de governo ou com uma ação em particular é não só louvável como saudável. É preferível sempre a indignação à apatia. Detesto a apatia diante de qualquer coisa. Porém, num evento como a Bienal onde se misturam pensamentos, povos, pessoas, opiniões, idéias e expressões tão pessoais, é simplesmente chocante que um grupo, exatamente de artistas, queiram impor a sua vontade e seu pensamento. Israel, Palestina e suas ações militares dividem fervorosas opiniões, que devem ser manifestadas. Porém a arte é o um dos poucos lugares onde todas essas manifestações podem conviver pacificamente. Porque a arte é maior do que isso. Porque a arte não faz a guerra. Porque a arte não separa. Por isso é chamada de Arte.
Onde:
Bienal de São Paulo/ Parque Anhembi/ de 06 de setembro a 6 de dezembro.
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