Margaux Hemingway

Na década de 70 quando as mulheres pinçavam a sombracelha, usavam litros de laquê nos cabelos,  quilos de base no rosto e dançavam comportadas, aparece a bela Margaux Hemingway, neta de ninguém menos que Ernest Hemingway.

Linda, jovem, natural, Margaux usava os cabelos soltos e livres, as sombracelhas grossas e naturais e o rosto sardento e saudável. Era um deslumbre!

A capa da Vogue onde ela aparece de camiseta e rosto lavado foi uma das mais disputadas por colecionadores. Inesquecível. 

A griffe Fabergé, que não sucumbia a qualquer modismo, contratou Margaux como sua garota-propaganda pagando um cachê de 1 milhão de dólares. O maior já pago a uma modelo até então.

Era figurinha fácil e carimbada das festas maluquetes que rolavam no Studio 54 e adjacências. Era sempre a última a sair. Uma dancing queen dos 70´s. 

Margaux tinha a faca e o queijo na mão e não soube o que fazer com eles. De temperamento difícil, mimada e complicada, a bela sucumbiu à loucura do mundo das drogas, remédios e muita bebida. 

Brigou com o pai, a irmã, a madastra e meio mundo artístico. Vivia entrando e saindo de clínicas de rehab e sua vida amorosa seguia o mesmo caminho. 

Inconstante e depressiva, era difícil trabalhar com ela. Só a beleza e o sobrenome famoso não ajudaram. Sua carreira entrou em baixa. Junto com isso vieram os quilos extras, os divórcios, a depressão e, a solidão.

E tome mais remédio e vodka. 

Margaux pagou um preço alto pelo sucesso, fama e dinheiro que vieram rápido e cedo. 

Aos 42 anos, rica e ainda bonita, Margaux foi encontrada morta em sua casa na Califórnia. Tinha ingerido uma quantidade astronômica de fenobarbital. 

Assim como seu avô, Ernest (que também suicidou-se), o mundo ficou pesado demais para ela.

Ela se foi mas o mundo da moda mudou a partir de Margaux. O conceito de beleza feminina tornou-se outro completamente diferente. Adeus laquê, rolinhos, grampos, base, soutien.

Começava a era das mulheres naturais, saudáveis e descoladas.