O passado e o futuro

Ontem eu tive o privilégio de ouvir uma palestra de Nizan Guanaes, o publicitário-pop, no Cineart.
Nizan é um gênio do marketing, mas também é um profundo conhecedor das pessoas e consegue fazer uma avaliação bem humorada, inteligente e lúcida do mundo que nos cerca.
Sua palestra não foi só sobre propaganda, mas sobre o futuro do nosso país. Nizan frisou insistentemente nos 60 minutos em que falou que: o que diferencia um país de primeiro mundo dos outros é seu conhecimento e valorização da história.
  Nizan é um Globe-trotter, conhece meio mundo e circula pelo Pelourinho, onde nasceu, e por NY com a mesma desenvoltura. Segundo ele isso é segurança. E esta segurança vem do conhecimento e da cultura da própria história e da de seu país. Ele sabe do que está falando, já que nasceu numa das regiões mais pobres da Bahia e chegou onde chegou segundo ele, com livros, livros e mais livros. Nizam é hoje um dos mais respeitados e bem sucedidos publicitários do planeta.
 E que livros eram esses? ´´Os clássicos!´´. Nizan afirmou categoricamente que para esta juventude (e eu super me incluo nela), é preciso duas coisas: o conhecimento das tecnologias de ponta (programas de computador, redes sociais, mídia digital), mas também (e em primeiro lugar), a leitura dos grandes autores como Machado de Assis, Roberto Freire (Casa Grande e Senzala), Graciliano Ramos, Monteiro Lobato, Lígia Fagundes Telles, Érico Veríssimo, Jorge Amado. ´´Só sabendo de onde viemos, poderemos saber para onde iremos´´. Nizan citou a prestigiada universidade de Maryland onde, em 1 ano, os alunos tem que ler os 100 clássicos da literatura mundial, o que dá uma média de 1 tijolo por mês!!
Enfim, no final da noite de ontem, eu e meu filho mais velho  saímos de lá com a certeza de que nossa história é rica e poderosa. E que só o conhecimento do passado nós dá o estofo necessário para entendermos o presente e enfrentarmos o futuro.



P.S.1.: vocês sabiam que um dos autores favoritos de Woody Allen é Machado de Assis? Pois é! O humor ácido e a crítica inteligente dos costumes de Machado servem de inspiração para um dos maiores cineastas do mundo.
E viva a literatura brasileira!
P.S. 2.: Hoje mesmo já vou ler Jorge Amado e Gilberto Freire está na minha lista!
P.S. 3: E para comprar e ler os clássicos, uma dica: a Livraria da Cultura está com uma super promoção de Machado e seus colegas!Clique aqui   e  aqui  para ver.




2 comentários:

Anônimo disse...

Nada mais necessário, atualmente, do que a leitura do delicioso conto de Machado de Assis: A Igreja do Diabo. O conto revela como a prática aberta do pecado conduz à santidade como tentação. Quem sabe, as fanfarronices dos falastrões, podem ser trocadas pela prática dos "virtuosos" 8º e 9º mandamentos do diabo ?

Anônimo disse...

Kika, uma correção, se me permite: Casa-grande e Senzala é do Gilberto Freyre e não do Roberto como vc citou. Paz e bem!