Cada dia mais me convenço que tenho horror de casas que parecem vitrines de lojas de Milão.
Gosto de casas, não de lojas onde moram pessoas.
Não gosto da frieza, da falta de personalidade e cultura, do fácil, do óbvio.
Não gosto de entrar em várias casas e achar que estou na mesma, pois são todas absolutamente iguais.
Gosto de casas charmosas, cheias de história, estilosas, alegres, iluminadas, com detalhes e preciosidades que podem ser uma obra de arte, mas também um jarro da avó, um tapete do tio, uma poltrona garimpada num antiquário chique.
Não gosto do fast fahion nem na moda, nem na decoração.
Gosto do que dura, do que não sai de moda. Gosto do sofá que te abraça, das flores que alegram, do tapete que aquece, da cortina que esquenta, da poltrona que aproxima.
Gosto do azul e branco, do vermelho chinês, da madeira mineira, dos santos barrocos, do jacarandá da Bahia, da arte popular, do Brasil colonial, do verde celadon, do entalhe, da seda, da chita e do algodão.
Gosto de casa que não se parece com nenhuma outra. Casa com cara do dono, da vida que ele levou, das histórias que contam. Simples assim.
Um comentário:
Esse post vai de encontro com o que eu disse outro dia sobre uma que os ricos e BH elegeram como a melhor decoradora, você vê de longe que foi trabalho dela, impessoal, tudo igual, móveis italianos e paredes cinzas, basicamente.
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