Um dia de fúria

Um cidadão, irado, destruiu uma loja da Nextel porque não conseguiu cancelar sua linha. Depois de tentar, sem sucesso, cancelar sua conta  ele foi até o carro e voltou com uma marreta que usou para quebrar os vidros e móveis da loja. Um dia de fúria.
No programa de hoje da CBN, Cony disse que entendia e que a ira do sujeito era desculpável. Me desculpe, Cony, mas passo longe de concordar. Lógico que vida na cidade nos deixa estressados. Óbvio que os serviços prestados estão longe de serem os ideais, mas daí a usar a violência porque não conseguiu ser atendido, ultrapassa todos os limites.
O que nos diferencia dos animais é que somos civilizados. O que isso quer dizer? Que sabemos conviver com nossos semelhantes mesmo quando contrariados. Que não mordemos ou atacamos o vizinho porque ele faz barulho. Que não socamos o carro do colega porque ele pegou a nossa vaga. Que não esmurramos o garçom que atrasou a conta. Que contamos até dez antes de esganar o atendente.  Por isso, podemos conviver em sociedade. Caso contrário, viraríamos selvagens. Óbvio que a vida de hoje nos tira do sério, mas não podemos revidar com ira. Assim tudo seria desculpável: um ladrão que te rouba não pode ser preso, porque, tadinho, estava com raiva da vida. Um cidadão que bate no seu carro não é culpado, porque antes do acidente ele foi maltratado no supermercado. Um pessoa pode te esfaquear na fila do banco porque descobriu que sua conta está negativa. Ou eu, por exemplo, posso te esganar porque você não concorda comigo. Simples assim. Tipo MadMax!


Talvez eu até entenda uma mulher, que com o filho no colo morrendo sem assistência médica, soque  um médico que faltou ao trabalho. Ou desculpe também um moleque miserável que roube uma maçã porque está morto de fome. Mas quebrar uma loja com uma marreta porque não teve sua solicitação atendida não pode ser desculpável, nem tolerável.









 P.S. tomara que uma pessoa discorde do post para que eu possa esganá-la e assim  descontar minha ira de ter sido fechada no trânsito hoje!



5 comentários:

Anônimo disse...

"Talvez eu até entenda uma mulher, que com o filho no colo morrendo sem assistência médica, soque um médico que faltou ao trabalho"
Prezada Kika infelizmente você disse o que a maioria da população pensa sobre o assunto: que todos os problemas do sistema de saúde são do médico, afinal é ele quem está no front.È ele que fala para a família que não tem material, que não tem UTI,que não tem nada. Vou te informar um fato que talvez você não saiba: médico é gente, é trabalhador, e como tal tem direito a faltar no trabalho.Cabe à administracao do hospital colocar alguém no lugar. E se o médico estava doente? merecia o soco na cara? Certamente nem você nem seus filhos sao médicos nao? E ao contrário do que muita gente pensa(e o governo adora que todos acreditem), tem muito mais médico bom do que médico irresponsável. E só para terminar, as pessoas nem se tocam que esse é um dos motivos que ninguém quer mais ser pediatra. Ou médico, afinal"é compreensível levar um soco na cara". Deus proteja os médicos....

Anônimo disse...

Kika, estou com meu pescoço exposto. Já fiz algo "quase" semelhante. O balde uma hora transborda.

Anônimo disse...

o que eu mais gosto neste blog é que fala de todos os assuntos. kika, continue sempre assim.

Anônimo disse...

Parabéns ao anônimo 1.
Quebrar a loja da Nextel é vandalismo(e é mesmo, claro!) mas agredir um médico com um soco porque faltou ao trabalho é justificável. Taí, dona kika, moça inteligente, bem nascida, de fino trato, se deixando contaminar pela campanha petista de desrespeito e "coisificação" dos médicos, revelada num ato falho do caramba.
Repense, Kika.

Anônimo disse...

Acho q as leitoras precisam de uma aula particular para aprender a interpretar texto!! Esse foi apenas um exemplo citado para ilustrar uma "atitude selvagem" ,por parte alguém, que se encontre numa situação limite, como por exemplo a possibilidades de perder um filho.
Em nenhum momento a atitude de agredir um médico foi citada como correta ou como ofensa aos médicos.
Ou será que vcs n teriam o sangue correndo pelas veias aonde depararem com a eminência da morte de um filho.
Repensem, anônimas!