É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã

Fim de semana passado meu filho caçula viajou para o sítio de um amigo. Meu filho mais velho está estudando no Canadá. Minhas lalás estavam todas trabalhando. Passei o sábado e o domingo only by myself. De noite falei para o meu marido que deveríamos ter tido mais filho, que casa vazia é uma tristeza, que gosto de casa cheia, que isso, que aquilo, que família tem que ser grande, que família tem que ser igual aquelas italianas, cheias de gente berrando.
Então ele me lembrou que há poucos anos atrás, quando meus filhos eram pequenos, tudo o que eu mais queria era um fim de semana de sossego! Meninos na casa da avó, da tia ou na fazenda eram um sonho de consumo! Um sábado só para mim era um luxo!
Platão, filósofo da antiguidade, dizia que o segredo da vida é sabermos que o que temos hoje não teremos mais amanhã. Por isso devemos amar o hoje. Frejat, do Barão Vermelho também sacou que ''é preciso saber viver'', que aproveitar o que se tem hoje é o grande barato. E outro filósofo dos tempos modernos, Renato Russo, cantava com poesia que ''é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar para pensar, na verdade não há.'' Grande Renato.
Estou apenas filosofando e falando para as lalás que tem filhos pequenos, que estão exaustas, que sonham com o dia em que eles vão crescer, que querem folguistas até no dia 25 de dezembro (eu tinha...), que estão loucas para despachar os filhotes para a casa da sogra, que estão sem paciência, que acham que a vida nunca mais será a mesma: não será mesmo. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente. Porque quanto mais eu olho ao meu redor, mais eu percebo que as pessoas realizadas são aquelas que souberam passar por todas as fases da vida, sabendo que aquelas eram fases, e que iriam passar. Portanto seria bom aproveitá-las com os ônus e os bônus. Porque se temos uma certeza nesta vida, é que o amanhã nunca, jamais, será igual ao hoje.