Passagem, meio ou fim?

Quem me passou essa dica de leitura foi minha amiga queridíssima, Flavinha, dona da AM Chocolates.
Se não fosse dada por ela, eu jamais olharia duas vezes para um livro com esse título.
Sou uma otimista, sonhadora, romântica, e não há nada pior para uma pessoa como eu do que um final que não seja feliz e, vamos combinar, a morte não é um tema que nos lembre, digamos, um ´´final feliz´´.
Por outro lado, venho de uma família prática, onde a morte é tratada com naturalidade, não tenho aversão a cemitério, nem ao defunto propriamente dito. Não tenho superstição e acho o Cemitério da Colina simplesmente lindo! Acho que a morte deveria ser mais descomplicada, de verdade. Mas, também nunca carreguei a alça de um caixão, nunca perdi ninguém tão próximo, só meus avôs que morreram de velhice, o que para uma pessoa de cinquenta anos, é uma benção, mas também não me faz uma entendida no assunto morte, perda e dor.

Enfim, voltando ao livro: como a morte não é um assunto do meu interesse, eu passaria direto por esse livro numa livraria (aliás, acharia inclusive o título de muito mal gosto). Entretanto, me interessei quando a indicação veio da Flavinha, uma pessoa inteligente e com os mesmos ideais que eu. Olhei o livro com outros olhos e aqui está a minha dica desta semana:
essa brilhante autora, que fala da morte como a única certeza da vida e como uma passagem e não um fim. Um tema delicado mas necessário. Um debate íntimo e, por vezes doloroso, mas muito esclarecedor.


´´A morte é talvez o maior medo de boa parte das pessoas, além de ser ainda um tabu. No entanto, Ana Claudia Quintana Arantes nos mostra, neste livro, que a grande questão envolvendo a morte, na verdade, é a vida. Como estamos vivendo? Nossos dias estão sendo devidamente aproveitados ou vamos chegar ao fim desta jornada cheios de arrependimentos sobre coisas que fizemos - ou, pior, que não fizemos? Ana Claudia, médica especialista em Cuidados Paliativos, compartilha suas experiências pessoais e profissionais e incentiva que as pessoas cultivem relações saudáveis, cuidem de si próprias com a mesma dedicação com que cuidam dos parentes e amigos e procurem ter hábitos saudáveis, sem deixar de fazer aquilo que têm vontade e as torna felizes. Este livro apresenta uma reflexão fundamental para os dias de hoje, tempo em que vivemos com a sensação permanente de que estamos deixando a vida escorrer entre os dedos.´´