Uma viagem pela costa italiana, pela ilha de Ischia, Roma e NY. E uma outra viagem: pelo que há de mais sombrio escondido no ser humano.
Foi assim nosso último Clube de Filme onde assistimos ao excelente O Talentoso Ripley.
Dirigido por Anthony Minghella, o longa tem Gwyneth Paltrow como a doce e esperta Marge, Cate Blanchet como Meredith, Jude Law, lindoooooooo interpretando o sedutor milionário Dickie e Matt Damon (genial) como Tom Ripley.
Nem as paisagens deslumbrantes da Itália, nem o glamour descompromissado da vida milionária dos bon vivant da década de 60, nem a trilha sonora deliciosa conseguem disfarçar a maldade, o crime, a obsessão, a mentira, o ciúme e a inveja presentes no relacionamento dos personagens do filme. E quando subiu o The End, foi confortador poder conversar sobre Ripley!
Nosso Clube começa com um happy hour no lounge do Cineart, com direito a champagne geladinha e um bom papo. E não adianta perguntar! Ninguém sabe qual será o filme até que suba o letreiro!
E quando o filme termina e a luz se acende, Ancelmo Sampaio nos dá uma aula de cinema, onde todos os convidados participam, opinam sobre o filme, sobre cada personagem, sobre a história.
Nem sempre concordamos, o que é ótimo! Não foi diferente com Ripley. Embora todos tenham gostado do filme, os personagens dividiram opiniões. Ripley era mal? Era invejoso? Dickie, o milionário sedutor, era cruel?
Ripley, para incômodo geral, representa o caráter cheio de facetas de todos nós. E isso é ao mesmo tempo assustador e fascinante. É por isso que, muitas vezes inconscientemente, nos pegamos torcendo pelo personagem, embora saibamos de todos os seus crimes. Porque todos nós temos temos um pouco de Ripley: um desejo escondido de querer mais, de querer se safar das situações difíceis, de sentir inveja, ciúme, ambição, de querer ser o que não somos, de querer uma vida que não temos, de querer alguém que não é nosso. Somos todos um pouco como Tom Ripley?
Não sei. Só sei que ainda bem que temos esse Clube cheio de gente interessante, inteligente, inquieta, que nos ajuda a enxergar que a vida não se resume ao nosso quadrado. Que talvez por viver uma existência insignificante e rasa, Tom Ripley tenha se tornado o que se tornou.
4 comentários:
Será que após os 45 anos vou achar interessante programas assim? Espero que sim...
Este foi o melhor até agora. Pensei nele durante o feriado. História instigante. A minha opinião é que Ripley era ma e cruel. Era invejoso. Dickie, o milionário sedutor, não era cruel... Ele fez com Ripley o que muitos faríamos. Vc aguentaria alguém tão espaçoso na sua casa? Eu não rsrs... Este programa é muito bom!!
Melhor programa de quarta a noite. Obrigada, Kika por proporcionar para todas nós este encontro. Beijo para vc!
Melhor programa de quarta a noite. Obrigada, Kika por proporcionar para todas nós este encontro. Beijo para vc!
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