Minha mãe tinha uma conhecida, que eu achava o ''supra-sumo'' da elegância. Sempre arrumada, penteada, na moda.
Nos encontramos numa festinha, não lembro se era Chá de Panela ou aniversário. A senhora estava chiquérrima, vestida, calçada e penteada com o ''grito'' da moda. Sentei perto dela e percebi que a ''chic'' só, mas só mesmo, falava de dinheiro. Quanto tinha custado a bolsa, a carteira, a viagem, a empregada, o cachorrinho. Tudo caríssimo, mas para ela, imagina, tudo uma pechincha! E quanto mais as pessoas fingiam que não ouviam, mais ela falava alto. Fiquei meio decepcionada. Mas, tudo bem.
Até que um dia, encontrei-a na saída de um salão. O motorista da bela estava atrasado para apanhá-la. Quando o pobre apareceu, a cena que se seguiu foi patética: a ''chic'', toda maquiada, penteada e vestida com elegância, berrava enlouquecidamente com o sujeito, e xingava todos os palavrões conhecidos e outros que eu nunca tinha ouvido falar! Na frente de todo mundo! O coitado, um senhor mais velho, não sabia o que fazer. Foi constrangedor.
E foi também o suficiente. Risquei ''chic'' do meu caderninho de musas! Para sempre!
Porque estou contando isso?
Ah, sim, porque vocês ainda não votaram nas mais chiques (mas chiques de verdade) da cidade!