Em sua última coluna da Folha de São Paulo, Rosely Sayão como sempre, nos mostra como, mesmo querendo acertar, erramos.
Ela contou o caso de um pai que criou uma planilha de pagamentos ao filho. Cada tarefa cumprida, o filho ganhava pontos que se convertiam em dinheiro da mesada. Por exemplo, cada vez que ele arrumava a cama ou levava o cão para passear, a mesada aumentava. Se não fizesse, perdia pontos e dinheiro.
Outro pai, para conseguir que a filha arcasse com as tarefas cotidianas trocava a senha do Wi-Fi. Cada vez que a menina lavasse a louça ou arrumasse o quarto, ela podia usar a Wi-Fi. Caso contrário, ficava sem.
Grandes ideias educativas desses pais, certo? Errado!
As atitudes desses pais ensinam aos filhos que eles só precisam obedecer se quiserem ou quando precisarem, o que absolutamente deseducativo.
Segundo Rosely os filhos precisam aprender que algumas responsabilidades para com a família são inegociáveis. Eles tem que fazer, quer queiram ou não. São deveres. E deveres são obrigações que
devemos fazer se quisermos pertencer a uma sociedade, seja ela uma família ou uma comunidade.
Essas pequenas responsabilidades (ou grandes, depende da idade dos filhos) são necessárias se quisermos fazer parte de uma família. Tarefas como lavar a louça, arrumar a cama, ir ao aniversário da avó não podem ser negociadas ou compradas com Wi-Fi ou dinheiro.
Segundo Rosely, o Estatuto da Criança e do Adolescente é muito criticado porque só tem direitos. Onde estão as responsabilidades?
O problema é que para nós, adultos, esses deveres são tão complexos que precisamos usar barganhas financeiras e emocionais, e até senhas de Wi-Fi para ensinar aos filhos o que é tão óbvio: a vida é feita de direitos e deveres. Quer gostemos ou não.
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