O homem e a pólvora


A pergunta que não quer calar é: porque?
O que faz um ser humano entrar numa escola e sair atirando a esmo matando crianças? Nem que vivamos cem anos vamos conseguir entender.

E o mais difícil é: o que fazer para que isso não aconteça novamente? Só porque aconteceu em outro país não quer dizer que não seja problema nosso. Até porque, somos mestres em copiar os americanos. As coisas demoram a chegar abaixo do Equador. Mas chegam. E não escolhem credo, cor, raça, nem idade.

Pessoalmente fico dividida sobre o controle de armas. Cresci numa família onde armas de fogo não eram um terror e sim um meio de proteção. Por incrível que pareça tenho boa pontaria e meus filhos não se assustam quando vêem uma arma. Mas ando revendo meus conceitos.
No plebiscito votei pelo controle de armas. É claro que os defensores dirão que a tragédia não ocorreu porque o homem tinha uma arma, mas porque era louco. Ok, pode ser. Mas se ele fosse só louco e não tivesse uma arma, a tragédia talvez fosse diferente.

E nada, mas nada, do que falarmos consolará  os pais que perderam seus filhos nesta tragédia ou em qualquer outra onde havia uma arma: assaltos, guerras, assassinatos. Eles querem o fim do cidadão armado. E como explicar para as crianças aterrorizadas que viram a tragédia de perto,  que uma arma é para ser usada como uma forma de defesa?


Num país bélico feito os Estados Unidos o controle de arma é uma polêmica. Mas precisa, e deve, ser discutido. E num país com altíssimos índices de violência como o nosso, mais ainda. Matar virou banalidade.
A arma de fogo, mesmo quando usada para proteção, mata outro ser humano. E ponto.

Definitivamente o homem e a pólvora não foram feitos, e não sabem,  viver sob o mesmo teto.





5 comentários:

Anônimo disse...

O mundo está mesmo de ponta cabeça.

Um abacaxi vale 18 comentários
Um massacre omde 20 crianças foram assassinadas 0 comentário.

Kika Gontijo disse...

Anônimo querido!
Você não viu nada! No Instagram para cada 1 imagem falando sobre a tragédia, tinham mais de 10.000 sobre o Corinthias, comida, esmalte, festas, etc...
Chocante!
Beijos!!!!

Anônimo disse...

o Pior de tudo isso eh pensar o que fazer para evitar um massacre? como identificar um psicopata? Estamos vivendo no meio de varios sem saber, e como lidar ? Sobre a pessoa fazer algo de tao ruim para o outro e nao sentir nada...eh algo que deixa qualquer um de cabelo em pe!!
Sobre ninguem comentar, afff nem sei o que dizer...pois adoro debater sobre todo o tipo de assunto, talvez esse especificamente cause tanto pavor e espanto que a maioria das pessoas nao consigam explanar seus pensamentos!
Eu sou uma comentarista assidua de tudo que a kika coloca!!!
Leio o Blog de 2 em 2 dias e deixo acumular assuntos pra poder me manifestar rsrsrs Adoro!!!

Louise disse...

Que os Estados Unidos deverão repensar sua liberdade para o porte de armas e sua cultura belicosa, certamente é fato. Mas sem dúvida há outros questionamentos que precisam ser feitos, inclusive por nós, menos belicosos, mais conservadores em relação ao porte irrestrito de armas, mas ainda assim importadores ávidos dos "americanismos ", dentre eles dos video games realísticos em que pessoas quase reais são mortas como moscas num ávido desejo de "passar de fase"... Longe de mim cair na cilada fácil da psicologia de botequim que prevê o desenvolvimento de jovens psicopatas pelo simples fato de jogarem "jogos de guerra"... Não se trata disso, definitivamente. Porém é difícil não pensar que a banalização das mortes de video games, tão reais, cada vez mais aprimoradas tecnologicamente, não cause em mentes já predispostas uma sensação de banalização do ato de matar.
Acredito que a combinação mente deturpada mais armas disponíveis mais banalização do ato em si é nitroglicerina pura e dá no que temos visto sistematicamente.
Notem que a grande maioria desses "atiradores" tem em comum a pecha de "nerds", que passam horas e horas em sessões intermináveis de jogos de matar, ferir atirar, massacrar... Certamente há uma implicação nisso, não necessariamente de " causa e efeito" mas de facilitador.
Nós, mães e pais precisamos ver isso com olhos de enxergar.
Louise.

samaritana disse...

Está na hora de reler, para quem já leu e começar a ler o brilhante ¨Precisamos falar sobre Kevin¨
Não consola mas, explica um pouco.