Pobre Carol

Era fim de tarde, temperatura agradabilíssima depois de um dia de chuva, sol se pondo no nosso belo horizonte. Lá fui eu caminhar na Bandeirantes, naquele dia pós natal. Pensei que seriam 45 minutos de sossego, eu com meus pensamentos, ventinho no rosto, agradecendo a Deus poder fazer o que gosto.
Qual nada...
 Logo de cara nos primeiros passos vi que teria problemas. A mulher na minha frente sacou o celular, colocou os insuportáveis fones de ouvido e entabulou uma conversa com  a amiga Carol, sobre a ceia de natal, num volume bem acima do tolerável. As pessoas que conversam usando fones de ouvido são tão egoístas... Será que elas acham que o mundo inteiro quer ouvir o que elas tem a dizer aos seus interlocutores? Elas querem nos obrigar a participar de um bate papo que de maneira alguma nos interessa! Além de nos colocar como ouvinte involuntário, ainda atrapalham a paz dos que querem silêncio! Conversar no celular em volume alto já é desagradável, imagina com fones, que fazem com que falemos mais alto ainda! Pior que isso só o camarada que coloca caixinha de som na praia ou no clube, ou o que assisti a um vídeo no celular em pleno restaurante! Fala sério?!
Pois a mulher e a pobre da Carol fizeram a resenha completa da noite de natal, para meu desespero. Bem que eu tentei passar na frente dela, mas ela vinha logo atrás em passos acelerados. O assunto era a ex-cunhada que numa afronta familiar, resolveu dar as caras no dia 25! ´´Ex é ex, Carol, o que ela tinha que fazer lá? E o vestido? Só pra mostrar que tá bem na fita!´´   E tome falar da cunhada, da sogra e até da ´´Mariinha, que peloamordeDeus, errou a mão naquele peru com gosto de nada´´! O marido, coitado, também foi alvo da ira ´´ajuda em quê, Carol? Em nada, nadinha! A mesma coisa que zero!´´.  Depois de defenestrar toda a família, sobrou para a Carol: ´´Eu te falei, né Carol, que ela não gosta de você! Nunca gostou! Pronto, falei! Ela te ODEIA!´´. No final de 45 minutos, não ficou pedra sobre pedra. A familia inteira foi demolida numa única noite de natal.

Dizem que o melhor da festa é a resenha do dia seguinte. Eu também acho.  Na minha família também tem o momento ´´resenha´´ da noite anterior, e também não fica pedra sobre pedra, claro. Mas tudo tratado na ´´lavanderia´´ da casa.
O problema é ouvir a resenha da festa de outra pessoa,  num volume acima do normal, em plena avenida Bandeirantes!




Um comentário:

Monica Blatt disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk